Braga: Fanático religioso acusado de violar a mulher enquanto ela dormia fortemente medicada

Foto: Joaquim Gomes / O MINHO

Um destacado elemento de uma importante comunidade religiosa internacional, instalada em Braga, foi acusado de violar a esposa, não só quando a mulher ainda estava consciente, como principalmente quando ela dormia fortemente medicada com calmantes.

O homem, de 45 anos, empresário, nascido na Alemanha, residente numa freguesia dos arredores de Braga, acusado dos crimes de violação e violência doméstica, será em breve julgado por um Tribunal Coletivo (três juízes) no Palácio da Justiça de Braga.

Segundo o Ministério Público (MP), o indivíduo, face às recusas da esposa em continuar a ter relações sexuais com ele, após ter sofrido agressões e insultos da parte do marido, convenceu-a a tomar forte medicação para adormecer profundamente e poder assim violá-la.

O casal tem dois filhos, sendo que, ao longo dos últimos dez anos, os problemas conjugais surgiram por fanatismos religiosos, pois a mulher não queria seguir a confissão adotada depois pelo marido e manter-se sim na Igreja Católica Apostólica Romana.

Na acusação, refere-se que, a partir de 2013, essa mulher terá passado a ser vítima de constantes maus tratos, sendo agredida, principalmente na cabeça, pelo menos uma vez por semana, quando recusava ir com o marido às reuniões religiosas semanais.

O alegado fanatismo religioso do marido, empresário do ramo da iluminação, terá chegado ao ponto de passar a proibir festejos natalícios e aniversários, não só os próprios, como da esposa e dos dois filhos do casal, dois rapazes, agora com 16 e 11 anos.

Em face de todas as situações denunciadas ao MP, a vítima, durante o verão de 2017, deixou a casa conjugal e refugiou-se em casa dos seus pais, mas o suspeito convenceu-a a regressar a casa, prometendo que mudaria de comportamento.

A mulher regressou à residência do casal, e logo no primeiro dia terá sido obrigada a manter com o marido relações sexuais, contra a sua vontade, tendo-lhe ele tapado a boca e consumou assim a relação completa de cópula.

A partir de então, como a esposa tivesse passado a adotar medidas defensivas, durante o dia, para não voltar a ser violada pelo seu próprio marido, este, segundo o MP, terá congeminado um plano para a violar quando inconsciente.

O marido terá aproveitado o facto de a esposa passar a tomar antidepressivos e ansiolíticos, principalmente Xanax, que ingerido em quantidades acima do prescrito pela médica de família, levaram a vítima a adormecer profundamente até à manhã seguinte.

Com a sua enorme sonolência, só pela manhã é que pelos vestígios encontrados, no seu próprio corpo, a mulher se aperceberia que, afinal, durante essa noite, o marido teria mantido relações sexuais completas com ela inconsciente.

O MP acusa agora o suspeito dos crimes de violação e de violência doméstica, considerando-se, não só, mas também, que se aproveitou da forte medicação da esposa para praticar atos de cópula contra a vontade da vítima e sem que ela pudesse resistir.

Para o MP, a mulher foi vítima ao longo de cerca de dez anos consecutivos de situações que atentaram contra a sua integridade física e moral, atingindo-a na sua honra e consideração, causando-lhe permanentemente medo e inquietação.

Ainda segundo o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Braga do MP, o suspeito terá limitado a autonomia pessoal e a liberdade de movimentos da vítima, que além do mais era sua esposa e a mãe dos dois filhos de ambos.

 
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