A cidade de Braga foi escolhida pela Arquidiocese do Rio de Janeiro para ser o local de chegada dos jovens ‘cariocas’ que vão à Jornada Mundial da Juventude, que decorre no próximo ano em Lisboa. São esperados cerca de 50 mil brasileiros para o evento, que vão ser distribuídos por todo o país durante o período chamado de “pré-jornada”. E voluntários até vão poder receber alguns nas suas casas.
“Vai ser uma invasão positiva de brasileiros a vir para cá. Sabemos que nos últimos 10 anos a imigração para Portugal aumentou muito, e a ideia é, neste momento, sensibilizar os brasileiros que residem aqui para que se tornem voluntários, e a nossa ideia é vir todos os meses a Portugal para reunir a comunidade, gerar conteúdo, conversar com a comunicação social, estreitar estes laços, mostrar que é um benefício espetacular. Tradicionalmente a jornada beneficia estas relações”, explicou esta sexta-feira, em entrevista a O MINHO no Santuário do Bom Jesus, o padre Omar Raposo, reitor do Cristo Redentor, no Brasil.
“Temos um grupo de cerca de 30 pessoas que estão destinadas para cá, e cada um deles vai trazer milhares de pessoas. Na próxima terça-feira isto vai ser anunciado, inclusive os valores da nossa estadia aqui, a distribuição, o posicionamento, a geolocalização. Muitos ficarão na rede hoteleira, outros ficarão com famílias que colocaram-se disponíveis. A ideia é fazer de Braga uma extensão do nosso Brasil. Vamos encontrar uma população muito disponível, aberta e ansiosa para receber mais brasileiros. Temos uma alegria imensa por escolher Braga para ser a pré-jornada dos ‘cariocas’, da malta do Rio de Janeiro”.
Para além de reitor de um dos destinos turísticos de eleição do Brasil, padre Omar Raposo é sacerdote do clero diocesano da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, e também pároco da Igreja São José da Lagoa, e foi colaborador da JMJ daquela cidade em 2013.
“Com a Jornada Mundial da Juventude, aproxima-se também a abertura de inúmeras oportunidades, quer para a Igreja Católica, quer para a sociedade como um todo. E a jornada tem esta motivação primaz de integração entre os povos, de intercâmbio cultural, comercial, e até mesmo de conhecimento”, explica.
Segundo o padre, o Brasil traz inúmeras tecnologias e inovações que podem se adequar muito bem às necessidades e pesquisas realizadas em Portugal, pois a jornada possibilita um encontro de culturas, de experiência de fé, e uma convergência de conhecimento.
“A jornada é muito importante do ponto de vista logístico, é muito impactante, não existe um evento no mundo como a jornada”, aponta o padre, que lembra que em 2023 passam 10 anos da JMJ do Rio de Janeiro, que contou com a primeira viagem internacional do Papa Francisco.
“Ali percebemos o enorme impacto, quer na economia, quer no turismo, e também nos aeroportos. A economia toda movimentando, as paróquias, e o próprio senso da comunidade em ser colaborativa. Esta experiência de colaboração é fundamental para a JMJ, a Igreja não faz a jornada sozinha”.
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Padre Omar recorda ainda a receção da Arquidiocese de Braga, e classificou a cidade e o património religioso como extremamente qualificados para receber os peregrinos.
“É muito significativo, uma Sé de grande importância na Europa, na história da Igreja, na cultura religiosa, com templos magníficos, e com a presença extremamente significativa de brasileiros, então vamos sentir-nos em casa”, disse.
A Funcex Europa está a apoiar o processo de internacionalização do Cristo Redentor e, também, está a promover a agenda do turismo religioso em conjunto com o padre Omar.
A JMJ
A JMJLisboa2023 vai decorrer de 01 a 06 de agosto do próximo ano na zona do Parque das Nações, em Lisboa, abrangendo também parte de território do concelho de Loures, num evento que conta com a presença do papa Francisco e no qual são esperados mais de um milhão de jovens de todo o mundo.
As JMJ nasceram por iniciativa do papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, tendo já passado por Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sydney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).
A edição de 2023, que será encerrada pelo papa, esteve inicialmente prevista para este ano, mas foi adiada devido à pandemia de covid-19.