Braga é a cidade portuguesa onde melhor se fala inglês, de acordo com o ranking EF English Proficiency Index, que analisa dados de mais de 2.1 milhões de falantes não nativos de inglês, em 111 países e regiões. Já por distritos, Braga fica em segundo lugar, atrás de Viseu.
Em comunicado enviado a O MINHO, a EF Education First nota que Braga é quem lidera o ranking nacional, seguida de Coimbra (2.º) e Porto (3.º). “É a primeira vez, desde que se publica este estudo, que Lisboa e Porto não lutam pelo primeiro lugar na lista de cidades portuguesas onde melhor se fala inglês. A cidade invicta tinha arrecadado esse título nos últimos três anos”, analisa o estudo.
Por distritos, a ordem é a seguinte: Leiria, Braga e Viseu. “De um ano para o outro, Porto (4º) e Lisboa (6º) saem surpreendentemente do pódio dos distritos portugueses com maior proficiência em inglês”, salienta o comunicado.
A proficiência em inglês em Braga (640 pontos) equipara-se com as melhores capitais do mundo: Amesterdão (673 pontos) e Copenhaga (664 pontos).
“Os resultados deste ano refletem os impactos da pandemia. Desde um preocupante declínio na proficiência em inglês por parte dos mais jovens até à elevada proficiência fora dos grandes centros urbanos, o que acarreta implicações no trabalho remoto. É um relatório que espelha histórias de progressos notáveis e retrocessos desencorajadores”, explica a coordenadora do estudo, Kate Bell, citada no comunicado.
No geral, os resultados das provas dos portugueses foram este ano piores do que o ano passado. Portugal baixou 11 pontos no índice que avalia a proficiência na língua inglesa e caiu dois lugares, ocupando este ano o 9.º posto. Ainda assim, o país mantém o estatuto de “Proficiência Elevada” que conquistou pela primeira vez há três anos.
A Suécia (7.º) e a Finlândia (8.º) ultrapassam este ano Portugal no “ranking” que é liderado – pelo terceiro ano consecutivo – pela Holanda (1.º). A Áustria, que mantém o segundo lugar, e a Noruega, na terceira posição, fecham o pódio dos países que melhor falam inglês.
No sul da Europa continuamos a ser os que melhor falam inglês, deixando para trás a Grécia (14.º), Itália (32.º), Espanha (33.º) e França (34.º). Aliás, a Espanha, a Grécia e a Itália fazem parte do grupo de países europeus – liderado pela Rússia, Turquia e Ucrânia – que mais aprimoraram o nível de inglês em comparação com o ano passado.
Do lado oposto do ranking dos países com mais proficiência em inglês está o Iémen (109.º), a República Democrática do Congo (110.º) e o Laos (111.º).
Inglês e o trabalho remoto
O estudo deste ano mostra que as grandes cidades já não são sinónimo de “melhor inglês”. De 500 grandes cidades avaliadas, 130 não tiveram melhor avaliação que a região onde estão inseridas, e outras 130 apenas conseguiram igualar o nível de proficiência.
Para a responsável do estudo, “este facto tem implicações para o recrutamento dada a mudança em direção ao trabalho remoto”. Mas há outro aspecto realçado por Kate Bell: em média, os jovens estão a falar pior inglês.
“A proficiência em inglês melhorou entre os adultos com mais de 25 anos. O grupo de pessoas com mais de 40 anos foi o que mais melhorou. O nível de inglês da população entre 21 e 25 manteve-se estável. Porém, há uma queda de 50 pontos, nos últimos dois anos, no grupo de jovens entre os 18 e os 20 anos. A Europa é a única região do Mundo onde isto não se regista e os jovens não estão a perder proficiência”, explica.
Em Portugal, os jovens entre os 18 e os 20 anos e os adultos com mais de 41 anos são os que têm pior nota neste estudo – ainda assim conseguem uma nota de “proficiência alta”.
No que respeita à análise por géneros, a tendência dos últimos três anos prevalece: os homens conseguiram obter melhor classificação do que as mulheres. Ainda assim, as mulheres portuguesas também atingem este ano um nível “muito elevado” de inglês (606 pontos), um valor inferior ao conseguido o ano passado, mas bastante superior à média dos homens de todo o Mundo (511 pontos).