Braga: Dono de tasca nega facadas. “Muita gente fugiu sem pagar”

“Ninguém lhe bateu, o homem tropeçou e feriu-se sozinho”
Foto: Joaquim Gomes / O MINHO

O dono de uma das tascas instaladas no São João de Braga negou este domingo a autoria de quaisquer facadas ou agressão com ferro a um cliente, quer por si, quer por algum dos seus trabalhadores.

Falando sob anonimato, seu e do estabelecimento comercial, para não prejudicar a imagem e o negócio, o empresário da restauração garantiu que nos próximos dias avançará com uma ação judicial contra o cliente.

“Aqui ninguém esfaqueou ninguém, porque se tivesse acontecido alguma coisa desse género, com certeza que alguém estaria já detido a esta hora”, começou por argumentar a O MINHO o proprietário da tasquinha típica instalada no alto do Parque de São João da Ponte.

Acerca dos ferimentos e do sangue que o cliente tinha aquando da intervenção dos meios de socorro e das forças de segurança, o proprietário da tasquinha itinerante afirmou que o homem “feriu-se, sim, a cair, quando pretendia fugir sem pagar a conta”.

Ainda segundo a sua versão, o cliente “tropeçou e deu com a cabeça no ferro de um banco, ninguém lhe bateu, não lhe deram com nenhum ferro na cabeça, muito menos alguém aqui o esfaqueou, isso não passa pela cabeça de ninguém no seu perfeito juízo”.

“Pediu quatro doses mas fugiu sem pagar”

Segundo contou ao fim da tarde deste domingo a O MINHO, “o problema começou quando ele, que estava acompanhado pela esposa, pediu quatro doses, só para os dois, o empregado avisou-o que era muita comida e ele disse que quem pagava era ele”.

“No fim pediu para embalarmos a comida restante para levar consigo e quando lhe ia ser entregue o que sobrou, ele, de repente, atirou com a comida para cima de nós e começou logo a fugir para não nos pagar, tendo caído no chão”, referiu o comerciante.

“E ainda se queixou que era muito dinheiro a conta apresentada, mas ninguém se lembrava de pedir quatro doses, só para duas pessoas, foi esse senhor que originou todos os problemas e ainda por cima se faz de vítima”, acrescentou o dono da tasquinha.

Sobre o burburinho causado, o mesmo comerciante de comes e bebes lamentou o aparato, pois “eram uns quatro carros da Polícia de Intervenção, mais um carro-patrulha da PSP, mais a Polícia Municipal e mais duas ambulâncias do INEM”.

“Prejuízos de mais de mil euros”

“Não foi só esse senhor que deixou de pagar o que nos deve, foram muitas e muitas pessoas, não todas, obviamente, que aproveitaram a oportunidade para fugir sem pagar, ao todo foram mais de mil euros de prejuízos”, sublinhou.

“A minha mulher saiu aflita da cozinha, quando se apercebeu da confusão, esse cliente ainda danificou o nosso computador e deixou um rasto de destruição pelo caminho, gerando tal confusão, que tivemos tempo sem funcionar”, afirmou o comerciante. 

“Já contactei a minha advogada e vamos avançar com uma ação judicial, por perdas emergentes e lucros cessantes, porque já estou farto de receber telefonemas de pessoas preocupadas com as notícias que por aí correm desde ontem à noite”, considerou.

Ainda segundo o proprietário da tasquinha típica minhota, “as pessoas nas redes sociais estão a falar daquilo que não viram e daquilo que não sabem, falam de preços exorbitantes, mostram faturas que não são nossas, mas as coisas não são como dizem”.

“Só para terem uma ideia dos nossos gastos, digo-vos que pagamos quatro mil euros de ocupação deste espaço, mais a luz e a água, mais licenças e mais taxas, pois ninguém pense que isto é tudo lucro, os produtos estão muito mais caros”, acrescentou.

“Fui ameaçado de morte hoje de manhã”

O proprietário do estabelecimento disse a O MINHO ter sido “ameaçado de morte hoje de manhã”, quando voltava para o trabalho.

Segundo afirmou, “era um grupo de pessoas que vinham num automóvel e numa moto, já na descida aqui da avenida, mais abaixo dos portões do Estádio Primeiro de Maio, mal me viram disseram que me iam matar, destruir o restaurante todo, ser coisa de pouco tempo”.

“Avisei as autoridades policiais, que sabem bem não ter havido esfaqueamento algum da nossa parte, para além de ter que ainda por cima contratar segurança privada, uma despesa mais que esse senhor nos criou”, acrescentou o dono da tasquinha típica.

 
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