É a sexta vez que vai ao Centro de Saúde do Carandá, em Braga, para ir buscar os pacotes de fraldas a que a mulher, acamada, tem direito, mas esbarra sempre com o nariz na porta.
E, diz, da última vez, esta semana, foi recebido por uma funcionária com um sorriso “gozão” no rosto.
“Não volto lá mais, andam a brincar comigo”, disse a O MINHO.
Mas o diretor da Unidade Local de Saúde, Domingos Sousa, diz que o problema é novo e vai ser resolvido.
João Nuno Beiramar é cuidador da própria mulher. Em 2024, – explica – os serviços de saúde estatais pagavam uma percentagem das fraldas que o utente adquiria nas farmácias, mediante a entrega do respetivo recibo.
Em janeiro deste ano, o sistema mudou, com vantagens para o utente, já que o SNS (Serviço Nacional de Saúde) passou a dar as fraldas, de borla, a quem delas precise por indicação médica, mas com a indicação de que, em vez de as irem buscar às farmácias, têm de as recolher nos centros de saúde.
Sucede que, desde o começo do mês passado, o novo método ou não funciona ou funciona mal.
“Vou lá ou não têm ou dão-me apenas duas, o que me obriga a ir lá três vezes por mês, gastando gasolina e deixando a minha mulher sozinha em casa”, vincou.
O cidadão bracarense foi lá esta semana e, nem duas conseguiu trazer, já que não têm o tamanho XXL. “Tenho de as ir comprar à farmácia e pagando o seu custo total. Não se admite”, lamenta.
Diretor da ULS já deu ordens
O MINHO contactou o responsável pela Unidade Local de Saúde, Domingos Sousa, o qual disse que já dera indicação aos centros de saúde para que fossem disponibilizadas fraldas para um mês aos utentes.
O responsável salientou que o novo método tem a vantagem de ser gratuito, mas concedeu que a sua implementação traz dificuldades novas. “Há problemas de gestão de quantidades e de armazenamento, por falta de espaço, mas a ordem está dada e vai ser cumprida”, garantiu.