A Câmara de Braga afirmou hoje a sua “total disponibilidade” para acolher, no aeródromo municipal de Palmeira, os aviões “Fire Boss” que a Proteção Civil entender integrar no dispositivo distrital de combate a incêndios rurais em 2020.
Em comunicado, a Câmara de Braga refere que hoje mesmo escreveu uma carta ao presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), ao comandante operacional nacional e ao comandante operacional distrital, em que reitera aquela disponibilidade.
Na quinta-feira, o comandante distrital de operações de socorro, Hermenegildo Abreu, disse que a Autoridade Nacional de Proteção Civil quis colocar dois aviões “Fire Boss” no aeródromo de Braga, mas que tal acabou por não se concretizar porque não foi possível conciliar com a atividade normal daquela infraestrutura.
Hoje, em comunicado, a câmara refere que foi contactada em meados de fevereiro por Hermenegildo Abreu, no sentido de posicionar os referidos meios no aeródromo de Palmeira, tendo então dado conta dos “condicionalismos operacionais que o aeródromo encerra, devido a protocolos celebrados, já há décadas, com as várias entidades que utilizam o mesmo espaço”.
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Esses condicionalismos, acrescenta, “impediam, à altura, a disponibilidade total do aeródromo para a operação”.
“No seguimento dessa informação, o município de Braga não obteve qualquer resposta ou disponibilidade para tentar encontrar uma solução de compromisso, em tempo útil, que permitisse a operação pretendida”, diz ainda o comunicado.
Sublinha que, no início de março, e dada a situação epidemiológica verificada, os condicionalismos operacionais foram “consideravelmente reduzidos”, mas o município “não voltou a ser abordado sobre o assunto”.
“O município de Braga acolhe, no seu aeródromo, o dispositivo de combate a fogos desde a sua criação, no inicio da década de 90, e atendeu às solicitações, garantindo sempre que possível as condições necessárias, logísticas e operacionais, para acolher os meios do dispositivo operacional da ANEPC, sem esperar qualquer contrapartida”, vinca o comunicado.
Sublinhando que “nunca recusou, em momento algum, receber a referida operação”, o município “reitera a sua total disponibilidade para analisar, nas atuais condições, o acolhimento da operação, se essa for a vontade” da Autoridade Nacional de Proteção Civil.
À Lusa, o comandante distrital admitiu que os dois “Fire Boss” seriam “uma boa ajuda”, mas sublinhou que o dispositivo distrital para este ano “foi reforçado” em relação a 2019, estando “preparado” para o combate aos incêndios.
Disse ainda esperar que em 2021 os aviões integrem o dispositivo.
Na fase mais crítica, que decorre de julho a setembro, o dispositivo contará com 440 operacionais, mais 36 do que no ano passado.
O distrito contará também com dois helicópteros, um dos quais em Braga e o outro em Fafe.