O advogado António Falé de Carvalho, defensor do único suspeito do homicídio à facada de “Manu” à porta do Bar Académico (BA) de Braga, referiu esta sexta-feira, à saída da Polícia Judiciária (PJ) de Braga, que “não foi Marley que matou o estudante”.
“O meu constituinte, Mateus Marley Machado, não cometeu nenhum crime, nem relacionado nem com o homicídio, nem com a rixa que terminou nesse acontecimento trágico”, afirmou a O MINHO aquele advogado penalista, com escritório em Lisboa.
António Falé de Carvalho acrescentou que o seu cliente “não matou ninguém e nem sequer participou em qualquer rixa nessa noite, mas encontrando-se somente a cerca de três ou quatro metros do local dos incidentes, tudo será esclarecido”.

“O meu cliente estava perto, mas não teve qualquer intervenção, nem no homicídio, nem sequer na rixa de que se fala, o Marley não tem nada a ver nem, com esse homicídio, nem com nenhum desses acontecimentos”, salientou António Falé de Carvalho.
E destacou: “Marley prestará declarações amanhã, sábado, no Tribunal de Instrução Criminal, em Vila Nova de Famalicão, aos senhores magistrados, ele vai explicar tudo isso, porque está completamente inocente”.
Sobre a intervenção da PJ de Braga, que deteve Marley, na manhã de quinta-feira, no distrito de Castelo Branco, o advogado de defesa referiu que o seu cliente “não estava, nunca esteve, em fuga, mas sim em casa dos pais da namorada”.
Segundo o advogado, “Marley estava lá perto, só que num local à parte, ele não teve nada a ver com a situação, tudo isso se ficou a dever a boatos, pois o meu cliente é músico, sendo por isso muito conhecido, começando a falar nele nas redes sociais”.
PJ investiga homicídio, rixa e fogo posto
A PJ de Braga indica Marley, de 27 anos, com nacionalidade brasileira, de ter sido o autor das facadas fatais, cometidas na madrugada de sábado e deteve-o na manhã de quinta-feira, em local ermo e serrano, do distrito de Castelo Branco.
Além da autoria do assassínio, a PJ de Braga investiga se houve mais algum coautor ou cúmplice no esfaqueamento fatal, bem como a tentar identificar já todos os suspeitos do crime de participação em rixa, envolvendo cerca de duas dezenas de jovens.
A PJ também se encontra a investigar a autoria de dois crimes de fogo posto dentro do BA de Braga, cometidos depois do homicídio, dois dias seguidos, um com líquido inflamável e outro com dois ‘cocktails molotov’.
Manuel de Oliveira Gonçalves (“Manu”), de 19 anos, aluno do 12º ano da Escola Secundária de Dona Maria II, em Braga, foi sepultado na tarde desta quinta-feira, no Cemitério de Gualtar, em Braga, o mesmo concelho onde residia com os pais e a irmã.
Mateus Marley Machado está indiciado pela autoria de um crime de homicídio qualificado, ao qual corresponde uma moldura penal de 12 a 25 anos de prisão efetiva, como tendo sido alegadamente o único autor das facadas que tiraram a vida a “Manu”.