A Assembleia Municipal de Braga aprovou, na sexta-feira à noite, a passagem da freguesia de Gualtar a vila. Mas a criação de vilas – a de Palmeira nasceu no início de dezembro, conforme O MINHO noticiou – preocupa alguns partidos que temem a futura fragmentação do concelho com o eventual pedido de criação de novos municípios.
A futura vila de Gualtar, gerida pelo PS, teve 51 votos favoráveis, do PSD, do PS, do BE, da CDU e do Aliança, a abstenção do CDS e de três presidentes de junta e o voto contra da Iniciativa Liberal e do PPM. A freguesia alberga a Universidade do Minho, o Hospital, um centro de saúde, escolas, além de uma igreja paroquial.
Após a votação, Rui Marques, do PSD disse estar crente de que o processo não conduz, no futuro, a um desmembramento do concelho: “A lei está mal feita. Uma vila, depois de criada, pode criar freguesias e pedir para ser concelho”.
Já Carlos Neves, do CDS, justificou a abstenção, não porque Gualtar não cumpra os requisitos legais, mas sim porque a lei 31/21 permite que as vilas venham dizer que “agora querem ser cidade e concelho”.
Antes, a IL e o PPM criticaram o ato, dizendo o primeiro que as populações não foram auscultadas em referendo e os monárquicos que “Braga corre o risco de ficar pejada de vilas”, sendo que “tem várias que o podem ser, embora isso não lhes traga vantagens”.
O presidente de Gualtar João Vieira e o líder do PS, João Nogueira, anotaram que se ouviram as entidades, empresas e cidadãos, e o pedido votado em Assembleia. “Não nos movem questões materiais, mas sim um estatuto que traga desenvolvimento”, sublinharam.