Braga: Comissão pede à Câmara que avance com a Casa da Memória

52 advogados que resistiram ao Estado Novo homenageados em escultura

A Comissão de Homenagem aos democratas de Braga apelou, esta sexta-feira, ao Município local e aos partidos políticos nela representados ao início dos trabalhos, tão breve quanto possível, para que se erga na cidade, “uma Casa da Memória que ilustre, através do rico espólio documental, fotográfico e bibliográfico, o que foi a Resistência ao Estado Novo no Minho”.

Falando na homenagem que foi prestada a 52 juristas que contestaram o Estado Novo Paulo Sousa disse que, “é a herança de uma relação intergeracional que se perpetua, permitindo às atuais e às novas gerações, confrontarem-se com esse período negro da nossa história recente e a melhor herança que podemos deixar para que não se repita”.

Escultura junto ao Tribunal

A Comissão inaugurou, na Praça da Justiça, junto ao Tribunal Judicial, uma escultura que perpetua o seu papel fundamental na resistência ao Estado Novo e na liderança da oposição democrática.

O monumento, da autoria da Arquiteta, Sara Mota Gonçalves, custeado pela Câmara Municipal de Braga, representa um livro, justificado pela autora “por ser um poderoso instrumento de trabalho dos advogados, simbolizando a resistência intelectual e a busca pelo conhecimento em tempos de repressão”.

Após a inauguração, o presidente do Tribunal Judicial de Braga, o juiz João Paulo Dias Pereira, deu as boas vindas, seguindo-se intervenções do vereador municipal, João Rodrigues, em representação do presidente da Câmara Municipal.

A seguir, a advogada, Maria Manuel Marques fez a leitura dos 52 nomes identificados pela Comissão, no distrito de Braga.

A cerimónia ficou marcada, igualmente, por uma conferência “Memória da Liberdade” , com intervenção de dois advogados, Artur Marques e Tarroso Gomes.

Evocar as eleições para a Constituinte

Na ocasião, Paulo Sousa aproveitou para “renovar o convite a todas e a todos para que se unam no novo capítulo que se abre: a homenagem aos construtores da Liberdade, aqueles e aquelas que se candidataram, pelo círculo de Braga, nas primeiras eleições livres à então designada Assembleia Constituinte, a 25 de Abril de 1975”.

“E que, a 14 de Maio próximo, lembrando os 51 anos – e data da sua posse- se juntem a nós para homenagear os que integraram as Comissões administrativas no período de transição até à realização das primeiras eleições livres para a Câmara Municipal, a 12 de Dezembro de 1976”.

Advogados homenageados

A lista de juristas que foram evocados é a que segue: Adelino Augusto Miranda de Andrade; Álvaro Vilhena; António Marques Mendes; António Mota Prego; António Oliveira Braga; António de Oliveira Estrada; António Pereira Marinho Dias; António Sousa Fernandes; Aristides Silva Couto; Armando Bacelar; Artur Cunha Coelho; Artur Marques; Augusto Cerejeira de Faria; Carlos Bacelar; Carlos Magalhães; Domingos Soares Magalhães; Durval Ferreira; Ercília Leitão; Fernando Alberto Matos Ribeiro da Silva; Fernando Ferreira Capa; Fernando Gomes Alves; Francisco Salgado Zenha; Francisco Tinoco Faria; Guilherme Branco; Humberto  Soeiro; João Batista Machado; João Cunha Fernandes; Joaquim Braga;.

E abrange, ainda: Joaquim José Borges; Joaquim Loureiro; Joaquim Pereira Borges; Joaquim Sousa e Castro; José Alberto Rodrigues; José Azevedo; José Augusto da Silva; José Ferreira Salgado; José Lestra; José Pinto Rodrigues; José Salgado Lobo;

José Sampaio; José Tarroso Gomes; Lino  Carvalho Lima; Luís Gonzaga Vieira de Castro Caseiro; Macedo Varela; Manuel Martins Costa; Maria Margarida Pereira Malvar; Marinho Dias; Óscar Jordão Pires; Parcídio Summavielle; Raul Peixoto; Salvador Coutinho, e, Victor Pinho.

 
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