Cinco dos sete detidos pela PSP na segunda-feira de tarde durante uma megaoperação antidroga, no Bairro de Santa Tecla, em Braga, ficaram em prisão preventiva ao final da tarde de hoje, como decidiu a juíza de instrução criminal da Comarca de Braga.
A magistrada determinou a prisão preventiva para todas as três mulheres detidas pela PSP, enquanto dos quatro homens que a Polícia de Segurança Pública também deteve, dois tiveram a medida de coação mais gravosa e outros dois com apresentações.
As três mulheres foram conduzidas pela PSP ao Estabelecimento Prisional Feminino de Santa Cruz do Bispo, em Matosinhos, tendo os dois homens sido encaminhados para o Estabelecimento Prisional Regional de Braga, igualmente em viaturas da PSP.
O trabalho da Esquadra de Investigação Criminal da PSP de Braga, reforçado com escutas e gravações telefónicas, bem como vigilâncias e seguimentos, conduziu à maior operação policial de sempre no bairro social camarário de Santa Tecla, em Braga.
A megaoperação conjunta do Comando Distrital de Braga e do Comando Metropolitano da PSP iniciou-se pelas 17:15 desta segunda-feira e demorou cerca de duas horas, resultando nas sete detenções e na apreensão de drogas duras (heroína e cocaína).
Agente da PSP agredido em Maximinos
Na véspera da megaoperação, um dos agentes da PSP, ao apanhar em flagrante delito um dos suspeitos, foi por este agredido, com um soco na cabeça do polícia, tentando fugir várias vezes do local, na Rua do Caires, em Maximinos, na cidade de Braga.
O agressor do agente policial, que também resistiu a ser algemado, é um dos dois homens que ficou em prisão preventiva, esta tarde, depois dos primeiros interrogatórios de arguidos detidos, que decorreram ao longo do dia, no Palácio da Justiça de Braga.
Segundo o Ministério Público, desde o início de setembro de 2022 que um grupo nuclear de três mulheres e quatro homens se dedicariam ao tráfico de heroína e cocaína, uma atividade que se estenderia até Caldas das Taipas (Guimarães) e a Vila Verde.
As drogas seriam adquiridas no Porto a metade do preço daquele que eram vendidas depois em Braga, comprando cada “pedra” de cocaína a cinco euros e vendendo a dez, enquanto a “base” de heroína era comprada a dois euros e meio e vendida a cinco.
Segundo as investigações criminais da PSP de Braga, a líder do grupo era uma das três mulheres detidas, que recorria a “casas de recuo”, quer dentro do Bairro de Santa Tecla, quer em residências das imediações, uma das quais na Avenida 31 de Janeiro.
Entretanto, neste grupo claramente liderado por mulheres, uma outra suspeita seria a responsável direta pelo abastecimento de heroína e de cocaína nos arredores da cidade de Braga, principalmente nos concelhos vizinhos de Guimarães e de Vila Verde.
Já a terceira mulher é suspeita de ter a incumbência de se ir abastecer de drogas duras à cidade do Porto, seguindo sempre pela A3, após o que voltaria a Braga, passando por várias ruas bracarenses, até ao Espadanido, chegando ao Bairro de Santa Tecla.
O grupo detido pela PSP, maioritariamente constituído por suspeitos com relações familiares entre si, tinha ainda entre eles uma mulher com cadastro por tráfico de droga, alegada líder da rede, sendo apoiados por toxicodependentes em troca de droga.
Numa grande parte das transações de heroína e de cocaína eram os toxicómanos quem diretamente se expunham, vendendo as drogas a outros toxicodependentes, a fim de não comprometer diretamente os principais suspeitos, com os quais colaboravam.