Vão acabar os baldes a colher as pingas nas salas de dança da Academia. O município de Braga abriu concurso público, por 421 mil euros, para a obra de reabilitação do bloco A do Mercado Cultural do Carandá, onde está instalada a Arte Total, uma escola privada especializada nas áreas da educação e produção artística, nomeadamente na dança.
O presidente da Câmara, Ricardo Rio adiantou a O MINHO que a empreitada, com um prazo de conclusão de 180 dias, “resolverá os problemas de infiltração de água que se registam nos espaços interiores do edifício, os quais dificultam a realização de atividades letivas”.
O projeto, do arquiteto Luís Miguel Santos, prevê a substituição do revestimento da cobertura, a melhoria do sistema de drenagem de águas pluviais e das instalações elétricas emergentes na cobertura; o tratamento dos lanternins ( as frestas para dar ar e luz) e da cobertura envidraçada, bem como a alteração/adaptação dos vãos envidraçados.
Envolve, ainda, o tratamento do sistema de ventilação e aquecimento dos espaços interiores e das fachadas com revestimento exterior, do revestimento dos pavimentos interiores e dos paramentos interiores, e a substituição do pavimento das salas de dança.
Corrigir patologias
O lote urbano tem uma área de 4.300 m2 e e Bloco A sobre o qual incide o projeto, uma área de implantação de 775.02 m2 que não sofrerá qualquer alteração. As mudanças são apenas de “reabilitação/alteração de elementos construtivos de forma a corrigir as patologias existentes integrando melhorias a nível de condições de operacionalidade e de sustentabilidade energética”.
O alerta para o problema da chuva que cai dentro da Academia de dança foi dado em 2023 pelo vereador socialista na oposição, Artur Feio, tendo Ricardo Rio dito, na ocasião, que o projeto estava em andamento.
Durante os seis meses de duração da obra, as aulas de dança devem funcionar em contentores.
O Mercado Cultural do Carandá tem dois outros blocos, um onde está sedeada uma Escola de Música e um terceiro com espaços para associações culturais.
Resultou da reconversão e adaptação do antigo mercado municipal, um projeto assinado pelo arquiteto Eduardo Souto Moura, que incluia um espaço para vende hortícolas e de frutas, mas que não se mostrou exequível.
A transformação foi premiada pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana.
Construído há 40 anos
A edificação original foi erigida entre 1980 e 1984 como mercado municipal para relocalização do mercado da Praça do Comércio. Em 2001 foi reabilitado para Mercado Cultural.