Braga: Câmara garante que parque de estacionamento na rua do Raio não vai cair

Autarca e reitor da UMinho vão reunir-se
Foto. CM Braga / Arquivo

O parque municipal de estacionamento da Cangosta da Palha, na rua do Raio, em Braga, “tem problemas estruturais graves, mas não corre o risco de cair em cima de utentes ou de veículos”. A garantia foi dada, hoje, a O MINHO pelo presidente da Câmara local, Ricardo Rio, (PSD/CDS).

“Aqui ninguém fecha os olhos aos riscos. Se estivesse em risco de cair, já o teríamos fechado”, salientou, classificando como “exagerada” a informação veiculada, segunda-feira, pelo vereador socialista na Artur Feio que, na reunião do Executivo, avisou para o risco em que o edifício se encontra.

Rio sublinha que o espaço tem problemas de infiltrações de água, mas garante que tem sido monitorizado por técnicos, quer da Autarquia, quer da Universidade do Minho os quais descartam a possibilidade de colapso.

O parque é explorado pelo Município, mas o edifício pertence à Universidade do Minho, já que se integra no que outrora foi a Escola do Magistério Primário, edifício entregue pelo Estado à instituição.

Há dias , em comunicado, a UMinho anunciou que o Reitor, Vieira de Castro e o autarca se vão reunir nos próximos dias: “A Universidade do Minho e a Câmara Municipal de Braga estão preocupadas com as condições do parque de estacionamento da Cangosta da Palha e em contactos regulares sobre este assunto”.

Nos próximos dias – acrescentou – “está prevista uma reunião entre o Reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro e o Presidente do Município, Ricardo Rio, de modo a concertar esforços, discutir o nível de intervenção que será necessário da parte de cada instituição e garantir uma urgente resolução do problema colocado à comunidade de utilizadores do referido parque.”

Ingratidão na UMinho?

Nos meios políticos locais comenta-se que a UMinho pode estar a mostrar alguma “ingratidão”, dado que, na última reunião do Executivo foi atribuído um milhão de euros para a requalificação do edifício do Castelo da UMinho.

E que, recentemente, o edifício, requalificado, do Convento de S. Francisco foi entregue à UMinho para acolher a Unidade de Arqueologia e que a gestão da futura residência universitária na antiga fábrica Confiança lhe foi entregue.

Reparos que nenhuma das partes quer comentar.

Recorde-se que, na reunião do Executivo, e conforme O MINHO noticiou, Artur Feio disse que o Parque tem “problemas estruturais graves”, sublinhando mesmo que há “risco de colapso”.

O PS apelou à realização de obras urgentes, pondo em causa a possibilidade de o espaço continuar a ser utilizado como parque de estacionamento.

“Não tem condições estruturais, há risco, embora não iminente, de colapso”, reiterou.

Em resposta, Ricardo Rio lembrou que o parque é da UMinho: “Outrora, em Braga, faziam-se coisas em que as questões formais eram manifestamente descuradas. Houve um acordo tácito,de palavra, entre a Universidade e a câmara, que permitiu ao Município construir e gerir o parque”, sublinhou, aludindo ao «consulado» do socialista Mesquita Machado à frente da Câmara.

Câmara não é dona do espaço

Rio concedeu que há intervenções no parque que “são muito necessárias”, mas sublinhou que a câmara não as pode realizar, por ser a dona do espaço: “Não tem havido disponibilidade da Universidade para a transferência definitiva da propriedade. A UMinho entende que há situações dúbias naquilo que suscitou a autorização de construção do próprio parque de estacionamento, não faz a mesma leitura que nós fazemos em relação à titularidade do espaço, nós achamos que a câmara não tem de pagar nada pela titularidade do espaço, a universidade tem defendido que sim”.

O autarca considera que o assunto é urgente, considerando que, se as obras não avançarem, a curto prazo poderá estar em causa a continuidade do parque.

Adiantou que há outros problemas que foram sendo suscitados ao longo do tempo, antes de 2013, como a concessão de acesso para prédios contíguos e, nomeadamente, de alienação de lugares no parque a título vitalício.

“Há todo o interesse em resolver a situação e temos sensibilizado a Universidade para que haja uma solução definitiva para a ultrapassagem desta entropia administrativa, com que fomos confrontados já no início do nosso primeiro mandato”, disse ainda Ricardo Rio.

 
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