A Biblioteca Pública Professor Lúcio Craveiro da Silva (BLCS), de Braga, inaugura este sábado, pelas 15:30, uma exposição de Composição e Pintura intitulada “Entre Tempos… pela criatividade transformadora. Dois talentos intemporais”, de dois artistas que – diz a sua Diretora, Aida Alves – “respiram a criação artística de forma muito discreta, humilde, mas naturalmente intensa”.
“A arte mede-se pela autenticidade da criação. Por isso, cabe à missão da BLCS promover e apoiar a arte, pois também tem a responsabilidade de investir no crescimento cultural e na criação de um mundo mais criativo e inclusivo”, diz a responsável.
E acrescenta: “Obrigada por nos ajudarem a valorizar, a celebrar e a defender a arte em todas as suas formas, proporcionando mais uma viagem através das peças únicas de A. Costa e das paisagens pintadas e imaginadas de Victor Moura”.
Já o vilaverdense e bracarense Manuel Barros, a quem se pode chamar de curador ou ‘agilizador’ da realização do evento, “a exposição junta dois artistas com trajetórias distintas, que convergem e transcendem o tempo. Transportam linguagens visuais singulares, que exploram a dualidade entre a tradição e a inovação, o passado e o futuro. A. Costa e Victor Moura, convidam-nos com esta mostra de algumas das suas obras, para uma viagem no tempo”.
E, prosseguindo, num texto de introdução, diz que a exposição contém “um diálogo, em que os tempos se entrelaçam em cada paleta de cores e em cada “composição”, num mosaico de diversidade artística, que transforma e partilha, as emoções e as expressões das suas próprias vivências. Dois talentos, unidos pela paixão pela criação, que utilizam materiais simples, que transportam estórias e mundividências, reinterpretadas e reinventados, dando origem a formas e significados renovados e presentes”.
A. Costa mora em Braga há 50 anos
A biografia de A. Costa, escrita pelo próprio, diz que nasceu em Chaves no ano de 1954, e reside em Braga há 50 anos. Frequentou o Liceu de Chaves tendo terminado a formação (antigo 7.º ano) no Externato Carvalho Araújo em Braga.
É um autodidata criativo com base na reutilização de materiais. Utilizando na elaboração das suas “composições”, objetos de várias origens, peças de cerâmica defeituosas ou danificadas, latas de produtos alimentares, componentes avariados de eletrodomésticos, de automóveis, ferragens e outros”.
E explica: “O seu trabalho consiste em dar novas formas a esses objetos suprimindo-lhes os defeitos adaptando-os e unindo-os numa sequência harmoniosa, sustentadas em figuras geométricas centradas numa estrutura de conjugação de círculos e triângulos, numa perspetiva transformadora”.
Começou a criar “composições” de forma mais regular, a partir de 2015, tendo organizado algumas exposições: Galeria da Junta de Freguesia de S. Victor – Braga, em 2019; Espaço Franco Oculista – Braga; Espaço Comercial Tavares (histórico) – Viseu, em 2022.
Victor Moura: apaixonado pelo desenho
Victor Francisco Sousa e Silva de Moura, 66 anos, natural de Braga, diz que “desde muito cedo é apaixonado pelo desenho, pelo traço que queria criativo, belo, que transmitisse a energia, a complexidade da alma”.
E anota: “Com um pé na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, perseguindo o sonho de aprender mais e mais, depressa a realidade travou a vontade”. Trabalho, família, e o tempo, sempre esse culpado das nossas inacabadas ideias e projetos, bloqueou o sonho”.
Mas permitiu algumas exposições e trabalhos ao longo da carreira profissional, como trabalhador dos CTT. No edifício dos CTT, Guimarães, em 1990, trabalhos a lápis de cor; No Salão Medieval da Biblioteca Pública de Braga, em 1995, pintura a óleo; Na Casa dos Crivos, Braga, em 2000, trabalhos em pastel; No Museu Nogueira da Silva; em Picote, Miranda do Douro, em 2007, pinturas a óleo retratando a realidade das Terras e Gentes de Miranda.