A Comissão Coordenadora Concelhia de Braga do Bloco de Esquerda manifestou, esta terça-feira, em comunicado, a sua “perplexidade pela invasão desenfreada e exagerada do espaço público no local mais procurado pelos bracarenses: as Arcadas e a Avenida Central”.
“A ocupação da principal sala de visitas da cidade por tendas cada vez maiores impede o usufruto do espaço público pelos munícipes e por quem visita Braga. O centro da cidade tornou-se numa feira e numa festa permanentes, cheio de obstáculos visuais e de barreiras à circulação”, afirma Alexandra Vieira, da Comissão Coordenadora Concelhia de Braga do BE, referindo-se às tendas montadas por causa da Taça da Liga.
O Bloco condena, ainda, “o modo desrespeitoso como é tratado o espaço público e toda a envolvente da Praça da República e da Avenida Central, nomeadamente no que diz respeito ao património edificado e natural do local”.
Lembra, por isso, “ao executivo municipal que a requalificação do antigo PEB, com a expulsão da feira semanal do recinto exterior e a remoção de todas as construções, foi fundamentada na necessidade de espaços ao ar livre para este tipo de eventos”.
A pergunta que se impõe – fiz – “é a de saber as razões que levam a concentrar no coração da cidade todo o tipo de atividade, havendo espaços criados para esse efeito. Além do espaço do agora designado Fórum Braga, ainda existe o espaço exterior do Estádio 1º de Maio”.
Do ponto de vista urbanístico, – prossegue o partido – “é desejável que se criem outras centralidades. Tal como acontece noutras cidades, os habitantes podem usufruir de atividades em locais que não o centro, dando vida e dignidade a outras zonas da cidade. Além disso, a definição de novas centralidades e espaços de fruição públicos distribui o incómodo que toda a parafernália instalada, poluição visual e ruído inerente coloca aos moradores daquela zona, agora de modo quase permanente”.
O Bloco constata – a terminar – “que o número de eventos ao ar livre, cada vez mais opulentos e onerosos, tem vindo a aumentar e a prolongar-se no tempo. Se estas atividades visam estimular a vinda dos bracarenses ao centro incentivando o consumo no comércio local, ainda assim, é excessiva a ocupação e a frequência. Por isso, recomenda ao executivo municipal maior parcimónia na quantidade e no tamanho das atividades e que procure distribuí-las por outras zonas da cidade”.