Braga: Bar Académico atacado com ‘cocktails molotov’

Segundo ataque após morte de jovem de 19 anos
Foto: DR

O Bar Académico, em Braga, à porta do qual se registaram os incidentes que culminaram na morte de um jovem de 19 anos, foi atacado, na madrugada desta quarta-feira, com ‘cocktails molotov’.

Ao que O MINHO apurou, dois ‘cocktails molotov’ foram atirados contra a porta do bar, mas não chegaram a provocar incêndio. Um deles, inclusive, nem deflagrou.

O alerta foi dado às 00:20.

Para o local foram mobilizados meios dos Bombeiros Sapadores e Voluntários de Braga.

A PSP e a Polícia Municipal estiveram no local, mas o caso já passou para a Polícia Judiciária de Braga, que também esteve no local a fazer perícias.

Vestígios do ‘cocktail molotov’ que explodiu. Vídeo: Joaquim Gomes / O MINHO

É a segunda vez que o Bar Académico é atacado após a morte de Manuel Gonçalves, conhecido como Manu, na madrugada de sábado.

Recorde-se que, no domingo, um incêndio consumiu parcialmente o espaço, tendo-se tratado, ao que O MINHO, de fogo posto com líquido inflamável.

Bar encerrado por tempo indeterminado

A Universidade do Minho já anunciou que o Bar Académico irá encerrar por tempo indeterminado.

A UMinho acrescenta que o encerramento foi hoje decidido, depois de uma reunião entre o reitor da universidade, o presidente da Associação Académica e a PSP e de uma visita ao local.

“O encerramento do Bar Académico não é definitivo, mas manter-se-á até que seja repensado um modelo de funcionamento que esteja alinhado com os princípios e valores da Associação Académica e da própria universidade”, refere o comunicado.

Uma das condições para a eventual reabertura é que o acesso seja limitado a membros da comunidade académica, garantindo que os espaços da academia sejam frequentados por aqueles que dela fazem parte.

“Além disso, é fundamental que todas as condições de segurança sejam respeitadas, conforme as orientações da PSP, Proteção Civil, Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica e outras entidades competentes”, acrescenta.

Sublinha que o encerramento temporário visa garantir a segurança e o bem-estar de toda a comunidade académica, assim como da comunidade local.

O edifício do bar é propriedade da Universidade do Minho e foi cedido à Associação Académica.

No entanto, a associação concessionou a exploração a um empresário.

Alertou para ‘minanços’ nas bebidas de raparigas

Como O MINHO noticiou, o jovem de 19 anos foi atacado com uma arma branca à porta do Bar Académico, acabando por morrer no hospital.

O crime registou-se pelas 05:30 de sábado, na sequência de uma rixa que, segundo fonte da PSP, envolveu cerca de 20 pessoas.

Manu teria alertado que estariam a ‘minar’ as bebidas de raparigas, o que terá originado a confusão que terminou com o seu esfaqueamento.

De acordo com a PSP, o agressor faz parte de um grupo de cinco suspeitos que fugiram e ainda não foram encontrados.

O funeral de Manuel Gonçalves realiza-se na quinta-feira, pelas 14:00, na freguesia de Gualtar, Braga.

Consternação

Manuel de Oliveira Gonçalves era estudante da Escola Secundária de Dona Maria II, em Braga, frequentando o 12º ano de escolaridade, tendo o crime causado grande consternação, em Braga e não só.

Ao longo dos últimos, centenas de pessoas foram passando pelo local do crime, em frente ao Bar Académico de Braga, na freguesia de São Victor, em Braga, nas imediações do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, prestando homenagem ao jovem assassinado, tendo ali sido colocados círios e velas a arderem.

Chega fez vigília contra “violência dos últimos dias”

Na segunda-feira, o Chega realizou uma vigília, que juntou cerca de 300 pessoas, “contra a violência dos últimos dias” na cidade de Braga.

A iniciativa, que também contou com uma marcha silenciosa até à Sé de Braga, realizou-se na sequência da morte do jovem de 19 anos, mas também de dois ataques a fogo e à pedrada contra o Comando Distrital de Braga da PSP, além do esfaqueamento de um graduado da polícia.

Braga esteve a “ferro e fogo” nos últimos dias. Como O MINHO noticiou, na madrugada de sexta-feira foi incendiado o carro oficial do segundo-comandante distrital da PSP de Braga, a cerca de 20 metros de distância da entrada do Comando Distrital de Braga e à 1.ª Esquadra, sendo que, na mesma noite, com um espaço de dez minutos, foram queimados dois outros automóveis, no centro da cidade de Braga.

Decorridas cerca de 24 horas, já ao princípio da manhã de sábado, em plena luz do dia, um cidadão iraquiano atirou pedras contra a fachada do Comando Distrital da PSP de Braga, partiu vidros das janelas, estilhaçou vidros de um carro-patrulha e, a seguir, esfaqueou o chefe-supervisor de serviço. Ficou em prisão preventiva.

Ao final da tarde de domingo, o Bar Académico foi alvo de um crime de fogo posto, através da colocação de um líquido inflamável. Espaço que, hoje, foi novamente atacado.

Com Pedro Luís Silva e Lusa

 
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