A Câmara de Braga reanalisa, segunda-feira, em reunião do executivo, o projeto arquitetónico apresentado pela Britalar (hoje Moura Atlântic Sociedade de Construções) para a construção na Travessa Dr. Francisco Machado Owen de uma residência universitária com 170 quartos.
A reanálise prende-se com o facto de a construtora ter apresentado alterações ao projeto inicial, que prevê, agora, a demolição do edifício inacabado ali existente. O projeto havia já sido analisado e votado favoravelmente pela maioria PSD/CDS, ainda que com a abstenção do PS e da CDU.
Agora, os vários serviços do pelouro do Urbanismo – tutelados pelo vereador João Rodrigues – não encontraram desconformidades ou irregularidades no projeto, pelo que entendem que deve ser deferido.
Em dezembro de 2020, e conforme o O MINHO noticiou, a Câmara aprovou como de interesse público aquela construção, um edifício de rés-do-chão e 3 pisos e 2 recuados, com capacidade para 170 quartos, no local ocupado por um prédio degradado e que está há décadas votado ao abandono.
“Vemos com muito bons olhos a resolução de um problema urbanístico que se arrasta há muitos anos”, disse, na ocasião, o presidente da Câmara, Ricardo Rio.
Já o então vereador da CDU, Carlos Almeida, alertou para o facto de a nova residência se situar “a poucos metros” de um outro complexo de alojamento estudantil público, da Universidade do Minho.
“Pode haver aqui um conflito latente, referiu, aludindo ao facto de a nova construção ficar a poucos metros das duas residências que a UMinho tem em Santa Tecla, uma delas com cantina para estudantes.
No entanto, Ricardo Rio considerou que a localização “é irrelevante”, face à “exiguidade” da oferta de alojamento para estudantes na cidade.
“A proximidade até pode criar sinergias”, referiu, para vincar que o investimento numa nova residência “será muito bem-vindo, já que o público não corresponde às necessidades do mercado”.
O O MINHO tentou ,mas não conseguiu, contactar o vereador João Rodrigues.
Em 2020, o agora ex-vereador do Urbanismo, Miguel Bandeira, o investimento resolverá “um dos problemas urbanísticos graves” da cidade, “que se arrasta há algumas décadas”, seja do ponto de vista da indigência, seja em termos de saúde pública.
“Ainda bem que há esta iniciativa”, referiu, aludindo que o alojamento universitário é “uma das carências mais gritantes” do concelho.
O Gabinete do vereador do Urbanismo, Miguel Bandeira, que, na zona frontal do terreno propõe-se a reformulação do entroncamento entre a Travessa Dr. Francisco Machado Owen e a praceta Arquiteto José Lamosa com a criação de uma praça que recebe o equipamento proposto e cria uma zona ampla de lazer, beneficiando a utilização proposta para o piso térreo.
Recorde-se que, a Britalar-Sociedade de Construções, SA, de Braga, foi vendida a uma empresa brasileira pelo seu antigo acionista, o empresário António Salvador.
Confiança avança
Entretanto, o presidente da Câmara Ricardo Rio adiantou, hoje, a O MINHO que o Município apresentou em fevereiro ao Governo uma ‘Manifestação de interesse’ na requalificação da antiga fábrica Confiança em residência universitária.
O projeto, a financiar pelo PRR- Plano de Recuperação e Resiliência prevê que tenha entre 600 a 700 quartos e esteja concluído em 2024. A iniciativa tem como parceiros de gestão, a Universidade do Minho e o Instituto Politécnico do Cávado e Ave, que tem sede em Barcelos, mas gere um polo em Braga.