A Câmara de Braga aprovou esta segunda-feira um orçamento de 101 milhões de euros para 2017 mas com o voto contra da oposição PS e CDU, que acusou a coligação Juntos por Braga (PSD/CDS-PP/PPM) de elaborar um “documento eleitoralista”.
Os documentos referentes às Grandes Opções do Plano e Orçamento da autarquia para 2017, avaliados na manhã de ontem em reunião do executivo camarário, refletem um aumento de 2,5 milhões de euros, quando comparado com os de 2016, com destaque para o aumento do investimento em transferências para as freguesias (mais cerca de um milhão de euros).
Destacam ainda o investimento em “áreas fundamentais para o desenvolvimento económico e social do concelho”, nomeadamente de requalificação e reabilitação do Parque Exposições de Braga, do Mercado Municipal e do Parque Escolar, do Complexo Desportivo da Rodovia, do Pavilhão Flávio Sá Leite, Centro Europeu de Juventude/Pousada da Juventude, Ciclovia Urbana de Braga e em projetos de mobilidade pedonal.
“É um orçamento que, ao contrário dos anteriores, vê empolado o nível de investimento, muito à custa de obras e concursos que vão fazer parte do festim eleitoral em ano de eleições autárquicas. Não é coincidência”, defendeu o vereador da CDU, Carlos Almeida, no final da referida reunião.
Este é “um orçamento eleitoralista”, insistiu o vereador comunista, numa crítica repetida pelo líder da vereação socialista, Hugo Pires.
“É um documento de período eleitoral”, definiu o PS, que apontou ainda a “falta de compromisso e de palavra” da coligação que governa a autarquia.
“Tudo o que [Ricardo Rio] prometeu, não cumpriu e fez tudo ao contrário do que disse que faria. O PS Não tinha outra alternativa se não votar contra”, justificou.
Confrontado com as críticas de alegada prática eleitoralista, o presidente da autarquia, Ricardo Rio, refutou a acusação: “Não concordo. Cumpre dizê-lo que este é um orçamento que eu gostava de não ter que apresentar porque boa parte do investimento estava previsto para concretizar em 2016″, disse.
Além disso, explicou, “com exceção das escolas, todos os processos não vão estar concluídos antes das eleições e não vão ser acelerados por causa disso”.
Em termos de receita corrente, a autarquia prevê arrecadar 86.425.232 euros, correspondentes a 85% do valor total orçado.
A despesa corrente representa 64% do orçamento, ascendendo a 64.421.221 euros, menos 2,2 milhões de euros em relação a 2016, proporcionando uma poupança corrente 22 milhões de euros, que somada à receita de capital no valor de 14.879.768 euros, permitirá uma despesa de capital de 36.883.779 euros (36% do orçamento para 2017).
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