A Associação dos Antigos Alunos e das Antigas Alunas do Colégio D. Diogo de Sousa (ALUMNI do CDDS), de Braga, manifestou estar “totalmente contra os transformismos que se pretendem implementar” naquela instituição de ensino católica.
A dois dias da vigília que os pais dos atuais alunos vão promover, contra as anunciadas alterações de funcionamento no Colégio D. Diogo de Sousa, a Comissão Instaladora da ALUMNI do CDDS anunciou “a mais completa solidariedade com esta vigília”.
Dirigentes da Comissão Instaladora da ALUMNI do CDDS afirmaram a O MINHO “lamentar que se queira mudar as regras já a meio do ano letivo, sem avisar, previamente, os alunos e os pais, causando instabilidade emocional e educativa aos alunos”.
Segundo aquela associação, que representa sucessivas gerações de antigos alunos e alunas do Colégio D. Diogo de Sousa, “aos prejuízos já causados às muitas centenas de crianças e jovens, soma-se a total falta de informação, um silêncio ensurdecedor”.
“Escolheram um período em que muitas famílias estão fora de Braga, para tentar confrontar os alunos e os pais com um facto consumado no silêncio dos gabinetes, dando esta ‘prenda natalícia’ a centenas de crianças e jovens”, diz a ALUMNI do CDDS.
“Estamos abismados com uma transformação destas, logo a meio do ano letivo, sem contornos definidos, sem se saber que é que pretendem passe a dirigir o Colégio D. Diogo de Sousa”, segundo os antigos alunos, reunidos esta quinta-feira, em Braga.
“Querem alterar de raiz os princípios basilares para os quais foi fundado há 75 anos o Colégio D. Diogo de Sousa”, afirmaram os antigos alunos e alunas, manifestando-se “extremamente preocupados com as notícias publicadas dos últimos dias”.
A Associação dos Antigos Alunos e das Antigas Alunas do Colégio Dom Diogo de Sousa (ALUMNI do CDDS9, segundo os dirigentes da sua comissão instaladora, manifestou “a total solidariedade com a atual direção do Colégio D. Diogo de Sousa”.
Os antigos alunos “enaltecem não se terem deixado vergar e não terem aceite atraiçoar todo o legado que lhes deixaram, de 75 anos, quer o diretor pedagógico, padre Cândido de Azevedo de Sá, quer o diretor administrativo, António de Barros Araújo”.
“Ser antigo aluno ou antiga aluna do Colégio D. Diogo de Sousa (CDDS) é, por decisão da sua família, enquanto primeiro e essencial lugar de educação, ser filho ou filha da terra educacional não somente pátria – entendida e vivida como realidade territorial e histórica –, mas também mátria – sentida e vivenciada como veridicidade cultural e espiritual –, no quadro da proposta de educação integral que procura, à luz da mensagem cristã, a harmonia entre cabeça, coração e mãos: pensar no que sentimos e fazemos, sentir o que pensamos e fazemos e fazer o que sentimos e pensamos”, consideram os mesmos dirigentes.
Papa Francisco citado pela associação
“Os antigos alunos e as antigas alunas do CDDS, que reconhecem a necessidade de cultivar a relação com as suas raízes educacionais mátrias, alicerçadas na pátria dessa concreta aldeia de educação para – como o proclama o Papa Francisco – ir, sempre, adiante, tal como a árvore, para crescer, precisa de relações estreitas com as suas raízes, não podem deixar, de modo muito particular, durante este ano de celebração do 75.º aniversário do Colégio D. Diogo de Sousa de saudar, com palavras de reconhecimento e agradecimento”, ainda segundo os mesmos dirigentes, que pretendem avançar ainda com várias iniciativas.
A ALUMNI do CDDS “saúda a memória dos inspirados cofundadores do CDDS – P.e Joaquim Alves, Dr. Mário Augusto Fernandes Afonso, Prof. José Maria de Freitas e Prof. António Duarte da Costa – que idearam e instauraram, em 1949, em contexto não somente social e materialmente adverso, mas também, por vezes, instrutiva e institucionalmente hostil, um ateneu de educação cristã e católica com a iluminada e acertada atribuição do antropónimo do primeiro arcebispo quinhentista de Braga, Dom Diogo de Sousa, mostrando-se “extremamente preocupada com o rumo que as coisas estão agora parecem tomar”.
“Dom Diogo de Sousa foi uma figura emblemática da história bracarense, enquanto patrono da capital da sua arquidiocese e em consonância com o seu discernimento e fervor pastorais, imprimiu então um traço de modernidade não tão-somente à arquitetura e à estruturação urbanística da cidade – legado pelo qual é mais comummente memorado –, mas também à educação do seu povo, pela sua preocupação em alfabetizar a sua gente, em conformidade com os padrões renascentistas da cultura europeia, com o propósito de amodernar a sua diocese e o seu país, designadamente pela valorização da educação e da instrução e dignificação dos professores, estes últimos enquanto mentores de uma sociedade renovada”, afirmam os mesmos dirigentes.
A associação de antigos alunos “recorda os diretores do CDDS, Dr. Mário Augusto Fernandes Afonso (1949-1950), P.e Joaquim Alves (1949-1951) e Monsenhor Elísio de Araújo (1951-1991) – que já partiram física, mas não memorialmente deste mundo –, P.e Doutor António Marques (1991-2003) e P.e Dr. Cândido Azevedo (2003- ), que, nos seus tempos próprios, nos seus modos singulares de ser e nos seus particulares estilos diretivos, emergem, num continuum de passagem de testemunho irénico, sereno e avisado, não somente como os guardiões primeiros e zelosos do património material, cultural e espiritual de continuadas e crescentes afirmação, consolidação, preservação e prossecução do projeto ideado pelos fundadores do CDDS”.
Os antigos alunos e antigas alunas do CDDS destacam também tais personalidades “também como educadores cordiais e próximos – à imagem e semelhança do Bom Pastor, Jesus Cristo –, sempre prontos a cuidar, com respeito, bondade, gentileza e ternura, da comunidade, em particular das crianças e dos jovens, dessa concreta aldeia de educação”, enaltecendo “o legado de futuro, educacional e institucionalmente primaz, de Monsenhor Elísio Araújo, que, por convite do cofundador P.e Joaquim Alves – então confrontado com o iminente desmoronamento gestionário e a consequente dissolução do projeto idealizado –, a partir de 1951, enquanto diretor, implantou, de um modo progressivo e decidido, desde então até hoje, crescente e irreversível”.
Antigos alunos enaltecem o legado
“O CDDS como instituição educativa e escolar, local, regional e nacionalmente credível, confiável e eficaz, bem como materialmente sólida e, desde esse tempo, progressivamente autossuficiente, e cujo devir educacional e societal de comprovado sucesso, secular e espiritual, assenta no seu espírito e na sua cultura de arrojo avançado, cuidado e exemplar não somente da construção, a partir de 1953, e da plena conclusão, em 1960, do complexo edificado à época – posterior e gradativamente acrescido de novas valências, tanto até ao final, em 1991, do seu magistério diretivo como do seu leal e justo sucessor imediato, P.e Doutor António Marques –, como também – e sobretudo – do assentamento do falanstério educacional do CDDS, hoje aldeia de educação integral cristã e católica ao serviço da pessoa e da família humanas, mátria educadora essa que beneficia do olhar e da proteção paternais de Monsenhor Elísio Araújo, cujo memorial desvelo se encontra simbólica e artisticamente esculpido e representado numa das frentes nobres da casa desta, também e de certo modo, igreja doméstica”, diz a associação.
A Associação dos Antigos Alunos e das Antigas Alunas do Colégio D. Diogo de Sousa salienta que “os colaboradores docentes do CDDS, professores, quais fanais de saber, que, sempre atentos aos sinais dos tempos, emergem, em seus tempos e em suas circunstâncias em concreto – e em colaboração, em todo o tempo, com as famílias, educadoras naturais –, como educadores profissionais que, enquanto adultos experientes, que ouvem e, sobretudo, escutam, preparam, aconselham e encaminham as crianças e jovens para a vida adulta se distinguem pela sua missão de procurar, com dedicação e disponibilidade, comunicar de maneira sempre mais eficaz tanto a alegria do conhecimento, como a necessidade e o desejo da verdade”, como finalidade.
“Os colaboradores não docentes do CDDS, que, para lá de cuidarem, nas suas múltiplas e diferenciadas expressões e atividades, bem como em todo o tempo, em cada lugar, em cada circunstância e em cada momento, das condições operacionais das valências espaciais e funcionais desta concreta aldeia educacional, e sem cujo dedicado e eficiente exercício as ações propriamente educativas e escolares não poderiam efetivar-se, conjuntamente com os alunos e as alunas, constroem, em mútuo convívio quotidiano, laços de confraternidade”, segundo a ALUMNI do CDDS, que reuniu durante esta quinta-feira, em Braga.
“Ao lançar a Associação dos Antigos Alunos e Antigas Alunas do Colégio Dom Diogo de Sousa (ALUMINI do CDDS), com sentido de responsabilidade e compromisso, pretendemos ir, sempre, adiante, nos seus percursos pessoais, individuais e colegiais, de vida, olhando para o futuro com a inspiração e a verdade das suas raízes educacionais pátrias e mátrias do CDDS”.
“Respeitar, valorizar, honrar, promover e divulgar, numa perspetiva transtemporal e transgeracional, intra e extramuros da sua aldeia de educação, tanto em memória do passado como em promessa de futuro, os legados pátrios e mátrios de origem e futuro do CDDS”, é outro dos propósitos daquele nova associação, que pretende também agora “celebrar e viver, em comunhão de aprendizagem com o passado para não apenas vivenciar o presente, como construir e abraçar o futuro, a alegria de serem os filhos e as filhas da terra da sua aldeia de educação, que dá pelo elevado e prestigiado nome do Colégio D. Diogo de Sousa”.