Nadege Ilick, vítima de tráfico humano radicada em Braga, foi a grande protagonista da inauguração do Presépio de Priscos, esta manhã, juntando-se a nomes de outros anos como Marcelo Rebelo de Sousa ou Jerónimo de Sousa.
Esta jovem camaronesa “conseguiu fugir para não ser vendida para um casamento forçado, passou pela Argélia, onde foi enganada com promessas de trabalho e acabou numa casa de alterne”, explicou o padre João Torres, grande promotor do presépio vivo.
Com este tema, XVII edição do Presépio ao vivo de Priscos, a organização quer “ajudar figurantes e visitantes a refletir sobre Tráfico de Seres Humanos, um crime contra a liberdade pessoal e constitui uma das formas mais graves de violação dos direitos humanos”, destacou o sacerdote.
João Torres detalha que é “um fenómeno complexo, na maioria dos casos transnacional, de natureza oculta e em permanente mudança”.
“Envolve o recrutamento e a movimentação de pessoas entre fronteiras internacionais ou dentro de um mesmo país, com o objetivo de as sujeitar a diversos tipos de exploração. O recrutamento e a movimentação das vítimas são realizados com recurso à violência, engano ou abuso de situações de vulnerabilidade. Atualmente tem um impacto económico comparável ao do tráfico de armas e de droga”, sublinha o pároco de Priscos.
Citando um relatório da Global Organized Crime Index, o sacerdote diz que “Portugal é sobretudo um país de destino do tráfico de seres humanos, sendo a exploração laboral a forma mais prevalecente deste crime”, mas destaca-se ainda como “ponte” na rota da América Latina para a Europa, com este tipo de criminalidade a revelar-se subnotificada”.
É ainda realçado “o fenómeno do contrabando de migrantes do sul da Ásia (Índia, Nepal ou Bangladesh), da Europa de Leste (Roménia, Moldávia, Bulgária) e da América do Sul”.
Maior presépio vivo da Europa
O Presépio ao Vivo de Priscos existe desde de 2006, é um espaço de 30.000 m2, com mais de 90 cenários e 600 figurantes. Procura colocar no centro da época natalícia a figura de Jesus como instrumento de promoção humana e social.
A grande novidade deste ano é um acampamento militar, como” um alerta para compreendermos que a guerra não pode ser solução para coisa alguma”..
“As construções são feitas com paixão e entusiasmo pelos paroquianos da aldeia de Priscos que oferecem o seu tempo, habilidades e competências”, acrescenta ainda João Torres, considerando que “sem o povo de Priscos não havia o Presépio ao Vivo”.
“Eles no meio dos muitos afazeres conseguem colocar o seu talento, a sua energia e conhecimento ao serviço deste sonho, que é contar a verdadeira história do natal”, conclui.
Grupos de todo o país e também de Espanha
O padre João Torres lembra ainda que a construção deste presépio “conta também com a ajuda preciosa dos reclusos do Estabelecimento Prisional de Braga”.
Informa ainda que, “neste momento, já tem as reservas de grupos de todas as regiões de Portugal e também do exterior, nomeadamente de Espanha (40 grupos)”.
“O maior desafio da organização é fazer com que os visitantes vivam algumas horas de pura emoção nos cantos e recantos do presépio, experienciando um ambiente verdadeiramente de sonho e mostrem aos seus filhos uma fantástica e indelével recordação do Natal”, conclui.
Horários
DEZEMBRO de 2023
10 DEZ – 11h00 às 18h00
17 DEZ – 15h00 às 18h00
23 DEZ – 15h00 às 17h30
25 DEZ – 16h00 às 18h30
30 DEZ – 15h00 às 17h30
JANEIRO de 2024
01JAN – 16h00 às 18h30
06 JAN – 20h00 às 22h30
07 JAN – 15h00 às 18h00
13 JAN – 20h00 às 22h30
14 JAN – 15h00 às 18h00
Preçário
Todas as entradas serão solidárias.
– Crianças até 16 anos – GRATUITO
– Adultos – 5 euros
Qualquer tipo de pagamento será realizado no dia e na hora da visita.