Um utilizador do sistema de ciclovias da cidade de Braga sofreu uma queda aparatosa quando circulava de trotineta, acabando por necessitar de engessar um braço durante 45 dias, face a fratura.
O acidente aconteceu no final de agosto, no troço da ciclovia da Encosta que atravessa a Avenida Alfredo Barros, no sentido Fraião-Nogueiró, quando Ricardo Cruz estava a caminho de casa, após uma jornada de trabalho.
O utilizador alega ter mais 3.000 quilómetros percorridos na trotineta, veículo ao qual dá preferência para se locomover na cidade e que lhe pertence, assim como o capacete, que tinha na cabeça quando caiu.
Conta Ricardo que, quando circulava, deparou-se “com uma quantidade absurda de buracos”, tentou “evitar as armadilhas”, mas acabou por cair no chão com alguma violência, tendo batido, inclusive, com a cabeça, “felizmente protegida com o capacete”.
Sofreu ferimentos no tornozelo, no ombro esquerdo, no cotovelo, na mão direita e uma fratura do osso escafóide.
Ricardo assegura que nada disto teria acontecido se a Câmara de Braga, “como decorre das suas competências, mantivesse esta ciclovia, em condições de ser utilizada por velocípedes e trotinetes”.
O utilizador afirma ter contactado a autarquia nesse sentido, em 30 de agosto, mas apenas recebeu reposta de confirmação de receção da carta, mas sem qualquer outro tipo de esclarecimento.
“Já passou quase um mês e, até à data, nada foi feito, e a respetiva ciclovia, continua a ser utilizada, à espera que novos acidentes aconteçam”, considera.
Aberto concurso público de 1,5 milhões
Recentemente, e conforme noticiou O MINHO, foi aberto concurso público de 1,524 milhões de euros para a empreitada denominada “Inserção da rede pedonal e ciclável no centro urbano de Braga- Variante da Encosta – Fraião”, a qual abrange a avenida em questão, bem como a Avenida D. João Il e a Rua Padre Feliciano, em Fraião.
Segundo a Câmara de Braga, a obra, numa extensão de 950 metros, “dá continuidade a intervenções já executadas, da mesma índole, e, em conjunto com outras intervenções previstas, deverá articular-se em rede, servindo toda a cidade”.
O projeto prevê ”o reperfilamento da via com o redesenho das vias cicláveis segregadas, unidirecionais, dos dois lados da faixa de rodagem, englobando a reformulação das travessias pedonais, a eliminação de barreiras à circulação inclusiva e adotando soluções de mitigação de problemas de segurança existentes”.
Inclui, ainda, a execução dos seguintes trabalhos: “As vias de trânsito serão estreitadas, promovendo-se a diminuição das velocidades praticadas. Será feita a repavimentação de todos os pisos, rodoviários, pedonais (passeios) e ciclovia. Os cruzamentos e as passadeiras serão, genericamente, sobrelevados ao nível dos passeios, permitindo aumentar significativamente o conforto e a segurança para peões e ciclistas e, em simultâneo, diminuindo as velocidades praticadas pelos automóveis”.
Determina, ainda, que “todas as travessias pedonais passem a incorporar pisos podotáteis – faixas em alto relevo fixadas no chão para auxíliar a locomoção pessoal de deficientes visuais, a instalação de iluminação pública ao longo dos percursos pedonais e cicláveis, a reformulação e/ou reposicionamento do mobiliário urbano, da iluminação pública, da sinalização e das demais infraestruturas, compatibilizando-os com o novo desenho da via, e a colocação de locais para o estacionamento de bicicletas em diferentes locais da intervenção”.
Plantação de árvores
Passa, também, pela plantação de novas árvores em número superior as que têm de ser removidas na Rotunda das Bretas, “uma intervenção que beneficia a imagem urbana do local, contribuindo para uma evolução relevante nos padrões de mobilidade da cidade, com beneficiação dos percursos pedonais e cicláveis e incrementos nas condições de conforto e de segurança”.