Um grupo de 28 ex-utentes da clínica dentária Suisse Dental Services (SDS), de Braga, entregou no Ministério Público do Tribunal local uma queixa-crime por burla contra os gestores da empresa
A queixa, entregue pelo advogado Bruno Rodrigues Monteiro, não quantifica os alegados prejuízos que a clínica causou, o que será feito, a seguir, se houver acusação, em sede de pedido de indemnização cível.
Poucos ou nenhuns tratamentos
No grupo, há quem tenha investido verbas – em certos casos com empréstimo bancário – que vão dos três aos 15 mil euros, tendo, nalguns casos feito nenhuns ou poucos tratamentos e noutros tido consultas e intervenções cirúrgicas que foram até à colocação de próteses provisórias, faltando a colocação das definitivas. Reclamam, por isso, a devolução do dinheiro já que os tratamentos eram pagos “antecipadamente”.
Os lesados referem que desde maio que não conseguiam contactar com ninguém da clínica – que estava sedeada no edifício do Centro de Negócios Ideia Atlântico, mas de onde foi despejada por não pagar a renda -, tanto por telefone como presencialmente, e lembram que testemunhos semelhantes são partilhados por clientes da SDS no portal da queixa, onde existem quase 300 participações.
A nível nacional, o grupo Swiss Dental fechou 12 clínicas deixando clientes e funcionários ‘a arder’ com o dinheiro investido ou a receber. E os seus gestores estão em parte incerta.
Dentes não ficavam iguais
Em julho, 40 pessoas protestaram à porta da clínica em Braga, tendo uma delas, de nome Maria Helena relatado aos jornalistas que, em dezembro de 2018, contratou a colocação de uma prótese definitiva, mas, quatro anos e meio depois, tal ainda não ocorreu.
Contou que começou a estranhar a atuação da empresa, pois ia lá todos os meses para fazer provas e os dentes “nunca ficavam iguais em relação à consulta anterior”.
Agora sente “um incómodo muito grande na boca” e vive um pesadelo, depois de ter sonhado que voltaria a ter “um sorriso bonito”.