Braga: 1,8 milhões para requalificar exterior do Mosteiro de Tibães

E para melhorar segurança
Foto: Cristina Lima / Hospedaria do Mosteiro de Tibães / Arquivo

O executivo da Câmara de Braga debate e vota, esta sexta-feira, em reunião, uma proposta de início do procedimento da empreitada de “Reabilitação da envolvente exterior, das infraestruturas de segurança e wi-fi do Mosteiro de São M artinho de Tibães”, um investimento de 1,8 milhões de euros.

O documento em análise prevê que a obra terá um prazo máximo de execução de 300 dias, sendo o investimento totalmente suportado ao abrigo dos Investimentos PRR – “RE-C04-i02 – Património Cultural” e “RE-C04-i01 – Transição Digital”, no quadro do Contrato Interadministrativo de cooperação celebrado com a Direção Geral do Património Cultural, a Direção Regional de Cultura do Norte e o Município de Braga.

Monumento Nacional

O Mosteiro está classificado como Monumento Nacional por Decreto de 2024. Foi fundado no século XI, casa-mãe da ordem de São Bento em Portugal a partir de 1567, estatuto que manteve até à sua extinção, em 1834.

Implantado numa área de um hectare, é constituído pela Igreja, pelas Alas conventuais, Claustros, Pátios e pelo espaço exterior que constitui a cerca conventual.

A cerca e a parte privada do edifício foram adquiridos pelo Estado Português em 1986. As paredes exteriores são em alvenaria de granito, e vãos exteriores guarnecidos com cantaria de granito.

As coberturas onde se vai intervir são revestidas a telha cerâmica de canudo, apoiadas em ripas. A estrutura de suporte deste revestimento é composta por tábuas de forro, asnas, madres, pernas e linha em madeira. As fachadas são rebocadas e pintadas com cunhais, embasamentos, frisos e cornija de cantaria de granito.

A fachada principal da igreja, voltada a poente, é em granito aparente. O mosteiro alberga, atualmente, um programa multifuncional de caráter religioso, cultural, museológico e de acolhimento de hóspedes, e é partilhado por três instituições: Património Cultural, Instituto Público; Paróquia de Mire de Tibães e Diocese de Braga.

Tem diversas patologias

Presentemente, – diz, ainda, o documento – “o monumento apresenta diversas patologias, sobretudo a nível das coberturas, que por falta de trabalhos de manutenção necessitam de ação urgente na substituição de telhas, caixilharias das mansardas e respetivas orlas de madeira que se encontram em mau estado, causado sobretudo pela ação da água. A degradação dos elementos construtivos tem provocado um défice no sistema de escoamento de águas, provocando uma série de infiltrações nas diferentes partes do conjunto edificado.

A proposta de intervenção

O prrojeto diz que, “ao nível das cantarias, serão removidas as argamassas das juntas das cantarias aparentes e também onde assentam os frechais, limpas e tratadas as suas juntas funcionais e disfuncionais, e posteriormente refechadas em profundidade e à superfície. Os elementos metálicos presentes nas cantarias, nomeadamente tirantes e grampos, serão inspecionados e tratados e substituídos, no caso de terem perdido a sua função.

Finalmente, todas as superfícies pétreas aparentes serão impermeabilizadas através da aplicação de hidrorrepelente. A intervenção nas coberturas em telha cerâmica compreende a substituição de todas as telhas, ripado, contra ripado, isolamento e forro, quando exista e se apresente degradado, remoção de todos os elementos de fixação e argamassas, e posterior substituição por novos elementos com as características definidas nas Condições Técnicas do Caderno de Encargos.

E, prosseguindo, diz a proposta: “Este novo revestimento das telhas inclui a colocação de telhas de ventilação e remates nas passagens de infraestruturas, recuperação ou substituição de todos os algerozes, caleiras e rufos por novos ou, nos locais onde sejam inexistentes, o fornecimento de peças novas em cobre, de acordo com os desenhos e pormenores constituintes do projeto onde são detalhados aspetos de dimensionamento e funcionalidade. As armações existentes e restantes elementos em madeira serão revistas, incluindo as mansardas e respetivos vãos, estando prevista a sua limpeza geral, proteção e substituição de peças em mau estado de conservação. Está ainda prevista a limpeza por aspiração da parte superior dos caixotões de madeira que constituem os tetos do piso”.

Reboco e pintura

A presente intervenção – acrescenta a proposta – prevê a execução de reboco novo multicamadas em diversas áreas exteriores identificadas no projeto. Está ainda prevista a pintura de todas as áreas de reboco intervencionadas.

A presente intervenção prevê a execução e fornecimento de registos fotográficos e gráficos documentais rigorosos para apoio a divulgações e publicações futuras e servir de suporte ao mapeamento dos diversos tipos de degradação e alterações, entre outros, requerendo-se ao adjudicatário um registo fotográfico da competência de fotógrafo profissional.

Prevê-se a revisão dos sistemas de iluminação e existentes no desvão da cobertura, incluindo a substituição das armaduras existentes por LED. Pontualmente, e nos locais onde as luminárias estão em bom estado de conservação, serão apenas substituídas as lâmpadas por lâmpadas de tecnologia LED. Serão, sempre que possível, mantidos os circuitos de iluminação existentes estando previstos, quando necessário, a montagem de circuitos novos, de acordo com o descrito no caderno de encargos da respetiva especialidade.

Evitar roubos e vandalismo

Será implementado um sistema de deteção de intrusão de forma a vigiar os espaços fora do período normal de funcionamento e evitando roubos ou vandalismo da instalação. Este sistema também está preparado para efetuar a gestão das saídas de emergência, de acordo com o respetivo projeto. Por último prevê-se a instalação de equipamentos de telecomunicações – Wi-Fi nas áreas do Mosteiro descritas no respetivo projeto.

 
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