Quase 17 anos depois, um carpinteiro vai ser indemnizado em 150 mil euros por ter ficado sem as duas pernas, após não ter sido adequadamente atendido no extinto Hospital de São Marcos, em Braga.
Segundo o Correio da Manhã, que avança a notícia (acesso exclusivo a assinantes), entre 29 de janeiro e 04 de fevereiro de 2005, o homem, que à data tinha 44 anos, foi três vezes às Urgências com dores nas pernas, mas teve sempre alta no mesmo dia.
Só ao quarto atendimento, dia 06, é que foi encaminhado para o Hospital de S. João, no Porto.
Tinha um aneurisma sacular da aorta abdominal, que fazia com que o sangue não fosse irrigado corretamente para as pernas.
A decisão do Tribunal Central Administrativo do Norte confirma o acórdão de primeira instância e condena o Hospital de São Marcos e a ARS Norte.
“É incontornável que o Serviço de Urgência não cumpriu adequadamente as suas funções relativamente ao aqui Autor, pois que tendo este recorrido ao mesmo sucessivamente, não lhe foi feito o necessário e adequado diagnóstico, nem o necessário tratamento”, diz o acórdão, citado pelo Correio da Manhã.
De acordo com a decisão, se o homem tivesse sido atendido devidamente, a amputação podia ter sido evitada, contudo, de todas vezes vezes que foi às Urgências, nunca recebeu mais do que a pulseira amarela, nem nunca lhe foi ordenada a realização de exames.