O presidente executivo do BPI considerou hoje que, apesar da crise económica desencadeada pela epidemia de covid-19, é “muito improvável” que o banco venha a registar prejuízos este ano.
- Anúncio -
Segundo Pablo Forero, para este ano os planos do banco eram de lucros de quase 200 milhões de euros, que agora se põem em causa com a crise desencadeada pela covid-19, mas disse que será “muito improvável que o banco tenha perdas este ano”.
“Não é o cenário central. Agoram, vamos ver o impacto na economia”, acrescentou.
O presidente da comissão executiva do BPI disse ainda que é otimista, considerando que crises que não têm que ver com desequilíbrios na economia são mais breves.
Questionado sobre os prémios dos administradores, Pablo Forero explicou que os prémios referentes a 2019 já foram pagos, a maioria dos quais antes do surto da covid-19, e que os administradores executivos renunciaram foi aos prémios deste ano (que seriam pagos em 2021).
Em 14 de abril, o BPI anunciou a suspensão da distribuição de dividendos referente aos resultados de 2019 (lucros de 327,9 milhões de euros). Também a Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP e Santander Totta indicaram que não pagarão dividendos.
Hoje, o BPI apresentou lucros de 6,3 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, menos 87% em termos homólogos, o que atribuiu à crise desencadeada pela pandemia da covid-19.
“O resultado consolidado é inferior em 87% em relação ao do primeiro trimestre de 2019 devido ao impacto de fatores relacionados com a crise da pandemia de covid-19, nomeadamente, queda nos mercados financeiros e reforço de imparidades para fazer face a impactos futuros que, em conjunto, tiveram um impacto negativo de 47 milhões de euros no resultado antes de impostos”, lê-se no comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Dos impactos negativos, acrescentou o banco, 32 milhões de euros são reforço de “imparidades de crédito no contexto covid-19”, para fazer face a impactos futuros da crise na sua carteira de crédito.
Há ainda 14 milhões de euros de impacto relacionados com a desvalorização da carteira de investimento, designadamente obrigações.
O BPI anunciou também hoje, ao início da manhã, que o Conselho de Administração do banco escolheu o atual administrador João Pedro Oliveira e Costa para novo presidente executivo, sucedendo ao espanhol Pablo Forero, que se vai reformar.
A eleição de João Pedro Oliveira e Costa apenas se irá concretizar “depois da necessária aprovação das autoridades de supervisão”, acrescentou o banco.
Pablo Forero é presidente executivo do BPI desde inícios de 2017, quando substituiu Fernando Ulrich (que passou a presidente do Conselho de Administração, ‘chairman’) após o sucesso da Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o BPI, o grupo espanhol que hoje controla todo o banco.