A Bosch e Universidade do Minho (UMinho) submeteram candidaturas para um investimento acima dos 100 milhões de euros ao abrigo da nova fase de uma parceria que pretende “revolucionar o paradigma da mobilidade”, revelaram esta quinta-feira aquelas entidades.
O anúncio foi feito durante um evento no Forum Braga, “Innovative Car Experience”, que marcou a estreia em Portugal de tecnologias como a comunicação entre carros, tendo também servido para apresentar os resultados já alcançados por aquela parceria, que desde 2013 já envolveu um investimento de 76 milhões de euros.
“Os projetos em que estamos envolvidos mostram claramente que Portugal e, mais concretamente, a Bosch em Braga, está na linha da frente no domínio da mobilidade. Daqui estão a sair soluções tecnológicas avançadas para os veículos do futuro, em parte graças às sinergias estabelecidas com a Universidade do Minho”, afirmou no evento Carlos Ribas, representante da Bosch em Portugal e administrador técnico da empresa em Braga.
A segunda fase, que “termina agora”, da parceria ‘Innovative Car HMI’ (IC-HMI) entre a multinacional alemã e a academia minhota, envolveu mais de 400 engenheiros e investigadores e contou com um investimento de 54,7 milhões de euros entre 2015 e 2018.
As duas entidades desenvolveram “diversos projetos de investigação que procuraram soluções para uma mobilidade sem acidentes, emissões ou stress, e para uma maior eficiência nos processos de produção”, como o ‘cockpit’ do futuro, câmaras de monitorização do condutor e a nova geração de ‘Head Up Displays’, enumerou a Bosch em informação fornecida à imprensa durante o evento no Forum Braga.
Na vertente ‘Innovcar’, a parceria desenvolveu “sensores de posicionamento exato do veículo, sistemas de comunicação entre o veículo e o ambiente à sua volta, sistemas de eliminação de ruído, câmaras que permitem a monitorização do condutor e chassis fabricados em plástico”.
Por outro lado, a vertente iFactory desenvolveu “soluções que permitem otimizar processos dentro das várias linhas de produção, preparando-a para a produção de complexas novas tecnologias, sistemas de gestão de manutenção, novos conceitos para métodos de embalamento mais flexíveis e universais assim como ‘eRobots’ automatizados e inteligentes”.
No referido texto, a multinacional alemã salienta ainda que o programa IC-HMI “evidenciou que as interações envolvendo a universidade, a indústria e o Estado podem ser virtuosas, assegurando a inovação e promovendo o crescimento da economia e o desenvolvimento da sociedade sustentados no conhecimento”.
Segundo salientou o administrador comercial da Bosch em Braga, Lutz Welling, a empresa “está na vanguarda da tecnologia automóvel e a parceria de inovação com a Universidade do Minho é um fator importante nesta transformação”.
A Bosch aproveitou ainda o “Innovative Car Experience” para trazer a Portugal o novo ‘Home Zone park assist’, que permite o estacionamento autónomo de veículos, sendo que, com este sistema, o condutor pode sair do carro, ativar no ‘smartphone’ a função com um toque no ‘display’ e observar a manobra de estacionamento.
O veículo circula dentro do parque evitando obstáculos, procura um lugar livre e estaciona, otimizando o espaço necessário para o efeito. O condutor pode ainda usar o ‘Home Zone park assist’ para que o carro saia do parque de forma autónoma.
A Bosch está presente em Portugal desde 1911. Hoje, o Grupo Bosch é um dos maiores empregadores do país, com 4.450 colaboradores (em 31 de dezembro de 2017) que contribuíram para gerar 1,5 mil milhões de euros em vendas internas em 2017.