Bosch despede trabalhadores em Braga devido a produção mais “automatizada”

Multinacional confirma “ajustes”

A multinacional alemã Bosch iniciou, em finais de 2024, um processo de redução de trabalhadores na sua unidade em Braga para fazer face à crescente “automatização” da produção.

Conforme explica a empresa, em esclarecimentos enviados a O MINHO, este “ajuste” deve-se à “transformação tecnológica” que trouxe para Braga “soluções e produtos que, face à sua natureza, se caraterizam por ter processos de produção mais automatizados, não requerendo tanta mão de obra como os produtos produzidos anteriormente”.

“O processo de ajuste no número de colaboradores está alinhado com esta alteração no portfólio de produtos. Asseguramos, contudo, que os projetos e tecnologias atuais permitem manter a solidez da Bosch em Braga e o seu papel relevante no Grupo”, sublinha ainda Bosch de Braga.

A empresa refere que este foi um processo “devidamente planeado” que decorreu de forma “estruturada” desde o final de 2024. “Ao longo deste período, tanto os colaboradores como os nossos representantes dos trabalhadores têm sido regularmente informados sobre este processo”, acrescenta fonte da Bosch Braga.

O Partido Comunista Português (PCP) enviou, na terça-feira, um conjunto de questões ao Governo acerca de situação da Bosch em Braga.

“Chegaram informações que indicam a redução, desde o início do quarto trimestre de 2024, nos diversos turnos que laboram na empresa, através dos menos protegidos que são os trabalhadores com vínculos precários e temporários, com o recurso à não renovação do contrato. Teriam sido vítimas trabalhadores que se mantinham em contratos a termo sucessivos, alguns há mais de cinco anos, em violação da lei. Estes factos originam preocupações entre os restantes trabalhadores sobre o seu futuro”, lê-se no documento enviado ao Governo pelo deputado Alfredo Maia.

Entre as questões enviadas, o PCP questiona se o acordo de apoio ao investimento está a ser cumprido, em especial no que ao número de postos de trabalho diz respeito.

O partido lembra que, em 2024, a Bosch assinou dois contratos com o Estado Português via AICEP, visando a “criação de dois projetos de consórcio entre a Bosch Car Multimédia Portugal e Universidade do Minho”.

“De acordo com os termos do acordo, a Bosch Car Multimédia Portugal deverá empregar pelo menos 4.069 trabalhadores”, sublinha o PCP no documento entregue na Assembleia da República.

*com Pedro Luís Silva

Notícia atualiza às 18:51 com retificação da Bosch na resposta enviada à nossa redação

     
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