Dezenas de operacionais das corporações de Vila Verde, Viatodos (concelho de Barcelos) e Esposende prestaram, na manhã desta quarta-feira, uma sentida homenagem aos quatro colegas que morreram no combate aos incêndios que desde domingo assolam o país.
Durante um minuto soou a sirene do quartel de Vila Verde com os operacionais em silêncio fazendo continência.
A homenagem partiu de Luís Morais, comandante dos Bombeiros de Vila Verde, e juntou as duas equipas dos Bombeiros de Viatodos e Esposende que ali estão pré-posicionadas. “Lancei o repto e imediatamente todos disseram presente. Na formatura não estamos separados por corporações, estamos todos misturados, somos só um”, destaca Luís Morais em declarações a O MINHO.
O comandante considera que esta homenagem “é o mínimo que podemos fazer por que, como nós, larga tudo e dá um passo em frente” para defender as populações.
Luís Morais afirma que os seus operacionais estão “exaustos”, mas garante: “Não vamos virar a cara à luta”.
Os bombeiros, conclui, estão a resolver os problemas que “alguém” foi criando, uma vez que a grande quantidade de incêndios noturnos registados deverá ter mão criminosa.
Recorde-se que sete pessoas morreram e cerca de 50 ficaram feridas nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga e Viseu, e que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.
Quatro dessas vítimas são bombeiros. No domingo, um bombeiro, de 60 anos, que combatia um incêndio em Oliveira de Azeméis, distrito de Aveiro, morreu vítima de “doença súbita”.
O Governo prolongou a declaração de situação de alerta até ao final do dia de quinta-feira, face às previsões meteorológicas, adiantou na segunda-feira o comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
“Face à situação operacional e ao não desagravamento da situação meteorológica, o Governo vai prolongar a declaração de situação de alerta até às 23:59 do próximo dia 19, ou seja, quinta-feira”, disse André Fernandes, comandante nacional da ANEPC.