A Coordenadora Concelhia de Braga do Bloco de Esquerda aborda, esta segunda-feira, a política cultural do município, em conferência de imprensa agendada para as 15:00 na sede da Distrital.
A iniciativa segue-se à posição tomada, no final da semana, pelo deputado, eleito por Braga, Pedro Soares sobre a polémica surgida em torno da aquisição, rejeitada pela Câmara local, de duas esculturas do artista Aureliano Aguiar, autor, nomeadamente, da obra “Dragão”, exposta em frente ao Jardim de Santa Bárbara, em Braga.
O escultor – nota o parlamentar – anunciou publicamente que a Câmara, “chegada a altura de efetuar algumas obras de manutenção da mesma” e face à questão de ter “algum interesse em adquirir uma obra que já é um ícone da cidade”, obteve uma resposta inacreditável: “o senhor tem 30 dias para retirar a peça do lugar onde se encontra“.
E o bloquista critica, aludindo ao hipermercado construído na rua 25 de abril: “Uma Câmara que permite e protege a construção de um mamarracho para um supermercado no centro histórico da cidade, trata com o maior desprezo e arrogância uma escultura e o artista que a concebe e executa”.
Para Pedro Soares “quando agentes políticos tratam obras de arte pior do que tratariam obras de construção civil potencialmente ilegais, fica quase tudo dito sobre o nível e a responsabilidade cultural desses autarcas”.
E prosseguindo, afirma: “O vereador com o pelouro da gestão e conservação do espaço público da CMB, justificou-se referindo que Aureliano Aguiar teria pedido 50 mil euros pelas obras. É assim: o vereador ouviu falar em cultura e quase puxou da pistola. Investir em cultura e na qualidade do espaço público? Nunca!
Antes gastar o dinheiro dos contribuintes em festas do tipo “corrida do porco preto” ou em estátuas patetas do imperador César Augusto”.
E conclui: “Uma coisa é certa. Se Aureliano Aguiar tiver de retirar a escultura do Jardim de Santa Bárbara, a cidade ficará mais pobre”.
Recorde-se que, em declarações a O MINHO o vereador com a tarefa de gerir o espaço público, João Rodrigues disse que a Câmara considera caro o valor pedido, 50 mil euros, pelas esculturas.