O Bloco de Esquerda questionou o Governo sobre problemas na dispensa de medicamentos a doentes com esclerose múltipla no Hospital de Braga, informou hoje a coordenadora distrital do partido. Em causa está a dispensa de medicamentos para 14 dias, em vez dos habituais 30 dias, obrigando os utentes a terem de se deslocar mais vezes ao Hospital.
De acordo com o documento entregue na Assembleia da República, os deputados Pedro Soares e Moisés Ferreira, na sequência de uma denúncia de um utente, afirmam que “este hospital raciona, de forma recorrente, os medicamentos dispensados aos doentes”.
“A PPP de Braga raciona medicamentos e, desta forma, não está a prestar os melhores cuidados de saúde aos utentes que ali são acompanhados, que obriga a deslocações mais frequentes ao hospital, com claro prejuízo para os utentes”, referem os deputados.
Em resposta à denúncia, fonte do hospital explica que “a situação foi pontual e a restante medicação está disponível para ser levantada na farmácia de ambulatório do Hospital de Braga”.
“O Hospital de Braga não está a racionar a medicação aos doentes”, afirma.
O Bloco de Esquerda afirma ainda que o Grupo Mello Saúde, responsável pela parceria público-privada (PPP) do Hospital de Braga, “tem tentado que o Estado lhe entregue mais dinheiro para fazer a gestão deste hospital e para cumprir com obrigações básicas, como a dispensa de medicamentos essenciais ao tratamento de doenças e acompanhamento de doentes”.
Por isso, o Bloco de Esquerda pretende que o Ministério da Saúde explique por que razão o Hospital de Braga está a racionar medicamentos e que medidas serão tomadas para garantir que o mesmo dispense, em quantidades suficientes, os medicamentos para os doentes de esclerose múltipla.