O dirigente do Bloco de Esquerda de Barcelos José Maria Cardoso defendeu hoje que é “insustentável” a câmara ser gerida por um presidente em prisão domiciliária e considerou que, em última instância, deverá haver eleições intercalares.
Em declarações à Lusa, José Maria Cardoso sublinhou que a solução deverá passar pela “demissão ou renúncia” de Costa Gomes e consequente remodelação da maioria socialista.
Movimento independente de Barcelos pede “renúncia” de Costa Gomes
“Se essa remodelação não for possível, se nem quiser assumir, a única hipótese é a realização de eleições antecipadas”, acrescentou.
Na segunda-feira, o Tribunal de Instrução Criminal do Porto aplicou prisão domiciliária, com vigilância eletrónica, ao presidente da Câmara de Barcelos, Miguel Costa Gomes (PS), proibindo-o ainda de contactos com os funcionários do município.
Em causa a operação “Teia”, que se centra nas autarquias de Barcelos e Santo Tirso e no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto e que investiga suspeitas de corrupção, tráfico de influência e participação económica em negócio, traduzidas na viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto.
Costa Gomes está indiciado dos crimes de corrupção passiva e de prevaricação.
Autarca de Barcelos em “plenas funções” apesar de prisão domiciliária
O seu advogado, Nuno Cerejeira Namora, já disse que o autarca se vai manter “em plenas funções”.
Para José Maria Cardoso, “é impensável e insustentável” uma câmara ser gerida com um presidente em prisão domiciliária.
Na operação Teia, são ainda arguidos o agora demissionário presidente da Câmara de Santo Tirso, Joaquim Couto, que ficou em liberdade mediante o pagamento de uma caução de 40 mil euros, e a mulher, Manuela Couto, que ficou em prisão domiciliária.
O outro arguido é o presidente do IPO do Porto, Laranja Pontes, que também ficou em liberdade mediante caução de 20 mil euros, e com suspensão das funções que exercia.