Apesar de estar fechada ao público, a Biblioteca Pública Lúcio Craveiro da Silva (BLCS) de Braga continua a emprestar livros, a receber inscrições de novos leitores e a oferecer obras, colocando-as nas floreiras no exterior do edifício.
A sua diretora, Aida Alves, revelou a O MINHO que a Biblioteca emprestou aos seus leitores, para leitura domiciliária, 325 obras desde 20 de março. Só no período que vai de 8 de abril até hoje, emprestou 218 livros.
O próprio número de leitores tem subido, tendo atingido os 27.447 inscritos. “Neste período de quarentena temos verificado, da parte dos cidadãos do concelho, a vontade de requisitar, cada vez mais, livros, sejam de estudo ou lazer. Pensamos até que, as bibliotecas acabaram por tornar-se serviços de apoio social. Daí a crescente procura dos empréstimos de livros, como de se tornarem utentes registados da BLCS”, salientou a responsável.
O organismo, que pertence à UMinho e à Câmara de Braga, colocou três floreiras junto à fachada, com 15 a 20 livros para oferta, a cada dois dias, para incentivar a leitura e atrair novo leitores. Ou seja, entre 300 a 400 por mês. Ontem, quinta-feira, ao final da tarde, a bibliotecária colocou mais 15. Quem passa vai pegando no que lhe interessar.
A iniciativa chama-se “Ler é sempre saudável: a biblioteca ajuda oferecendo”.
Estes livros resultam do expurgo que a BLCS leva a cabo amiúde das ofertas que lhe fazem. A vice-reitora da UMinho, Manuela Martins, ofereceu 300 títulos, entre literatura para adultos, jovens e crianças. A Biblioteca entregou, ainda, livros em caixas para os estudantes das residências da UMinho. No que concerne ao empréstimo, a bibliotecária explicou que o pedido é feito ‘online’ e a recolha à porta. A grande maioria dos livros são de natureza técnico-profissional, bem como de literatura para adultos, crianças e jovens. O tema do Direito é o mais procurado, seguido da literatura portuguesa e estrangeira, e de livros de autoajuda.
33 mil empréstimos
Em 2019 emprestou 33.729 livros, cerca de 160 por dia. Agora, continua a fazê-lo: 88 obras a 35 pessoas, entre 20 e 31 de março. Está a oferecer, semanal e gratuitamente, 45 a 60 livros, colocando-os no exterior do edifício. Quem passa vai pegando no que lhe interessar.
Aida Alves acrescentou que, para requisitar livros para o domicílio, o leitor envia um email com os títulos que pretende. O serviço de atendimento agenda um dia e hora para a entrega, à porta do edifício. O trabalhador em serviço aplica as medidas de segurança, usando luvas e máscara.
A biblioteca, que ostenta o nome do primeiro reitor da Universidade do Minho tem um acervo que atinge 467.880 volumes monográficos arquivados e 467 títulos de publicações em série.
Em termos de espaço para armazenamento das publicações, – acrescentou Aida Alves – “para libertação de espaço físico nos seus depósitos, articula-se com a Biblioteca Pública de Braga, gerida pela UMinho, encaminhando para lá os volumes mais antigos”. As publicações editadas entre 1975 a 1980, já foram migradas em 2019.