O Benfica voltou hoje a desiludir, ao empatar na receção ao Farense 1-1, numa noite em que desperdiçou incontáveis oportunidades claras de golo, que podem custar muito caro na luta pela I Liga de futebol.
Em encontro da 13.ª jornada, Cláudio Falcão colocou os algarvios na frente, à passagem dos 51 minutos, tendo Rafa igualado, aos 71, para a formação lisboeta, que pode ver os rivais diretos ‘fugirem’ na tabela classificativa, na qual se mantém, por enquanto, na segunda posição, com 30 pontos, ao passo que o Farense ascendeu a sétimo, com 17.
Roger Schmidt mudou apenas uma peça em relação ao ‘nulo’ em Moreira de Cónegos, com a inclusão de Kökçü no lugar de Florentino, enquanto o Farense se apresentou com o mesmo ‘onze’ que saiu derrotado na receção ao Vitória SC, por 2-1.
João Mário deu o ‘mote’ para uma partida de enorme desperdício do Benfica, atirando à figura de Ricardo Velho nos primeiros segundos, mas o protagonista da displicência foi Rafa, a falhar o alvo aos 11 e 14 minutos, depois de belas assistências de Di María.
A turma algarvia, na primeira parte, apenas criou perigo através de remates de longe de Mattheus Oliveira, aos 16 e 19, a primeira num livre direto, que obrigou Trubin a defesa atenta, e a segunda num disparo que passou a escassos centímetros da baliza.
Contudo, foram gotas num oceano de oportunidades das ‘águias’, que viram Aursnes atirar por cima, em boa posição, aos 21, e Rafa a ser novamente perdulário na resposta a cruzamentos rasteiros, atirando contra o corpo de Ricardo Velho, à passagem dos 26.
A velocidade dos homens da frente do Benfica quase fez estragos aos 29, quando Rafa e Di María conduziram um contra-ataque que, na altura da concretização, Tengstedt se deixou intercetar, e, na sequência do canto, Otamendi cabeceou em direção ao poste.
Ricardo Velho negou, com uma enorme estirada, um remate de belo efeito de Di María a concluir a primeira parte, sendo que o reatamento foi o reflexo da etapa inicial, com o Benfica (e Rafa) a falhar golos junto à baliza, acontecendo tanto aos 47, como aos 49.
A expressão ‘quem não marca, sofre’, muitas vezes usada na gíria futebolística, acabou por se verificar: aos 51, Cláudio Falcão, já após um primeiro desvio ao canto apontado por Mattheus Oliveira, cabeceou para o fundo das redes, contra a corrente da partida.
José Mota cumpriu com o que prometeu na antevisão, de que o Farense iria procurar ‘enervar’ o Benfica no seu reduto, e os milhares de benfiquistas na Luz fizeram questão de demonstrar todos os seus ‘nervos’ e desagrado para a sua equipa.
Já depois de um disparo longínquo de Kökçü, ao lado, e de um remate de Di María, que por vezes tentava resolver sozinho, e sempre mal, para defesa incompleta de Ricardo Velho, Roger Schmidt foi alvo da ira dos adeptos quando retirou João Neves da partida.
Aos 64 minutos, o treinador alemão decidiu mexer, retirando João Neves e Tengstedt para colocar Gonçalo Guedes e Musa, mas levou com uma monumental assobiadela e até com objetos atirados na sua direção, ao que o Benfica ripostou com a igualdade.
Depois de incontáveis oportunidades falhadas, Rafa foi finalmente capaz de finalizar com sucesso e empatar a partida, aos 71, assistido por Aursnes, numa jogada simples, que parece impensável como o Benfica apenas nesta fase do jogo a conseguiu realizar.
Rafa voltou aos golos desperdiçados pouco depois, num desvio de calcanhar, já dentro da pequena área, que saiu ligeiramente ao lado, tal como Gonçalo Guedes e Morato, a atirarem para fora, à medida que o cronómetro avançava e a impaciência aumentava.
Gonçalo Guedes (88) armou um remate potente e que seria indefensável, mas contra a malha lateral, Rafa (89) atirou de forma acrobática para uma grande defesa de Ricardo Velho e Musa (90+4 e 90+6) rematou duas vezes, de maneira inacreditável, para fora.