A coordenadora do BE, Catarina Martins, saudou hoje que o PS tenha deixado de falar de maioria absoluta e aponte à necessidade de entendimentos, esperando agora que deixe o ‘nim’ e seja mais claro sobre acordos à esquerda
Um dia depois do convite que fez ao líder do PS para uma reunião no dia a seguir às eleições para um acordo de legislatura, Catarina Martins foi questionada pelos jornalistas sobre as declarações de António Costa à Rádio Renascença, que se mostrou disponível para dialogar com todos os partidos à exceção do Chega e afirmou que nunca teve as portas fechadas ao BE.
“Registo que o PS deixou de falar de maioria absoluta e fala de necessidade de entendimentos, ainda bem”, começou por saudar.
Agora, a líder do BE espera que “seja possível nestes dias que faltam ainda de campanha o PS dar um outro passo”.
“Deixar este ‘nim’ e ser mais claro sobre a necessidade de precisarmos de um contrato à esquerda pela saúde, pelo trabalho em Portugal”, desafiou.
Reiterando a disponibilidade do BE, Catarina Martins insistiu na disponibilidade que todos têm em Portugal de “ter respostas claras” e dizer ao que vêm nas eleições e “como será o dia seguinte”.
“Nós aqui estamos no dia 31 de janeiro para construir esse contrato para o país”, assegurou.
O secretário-geral do PS afirmou hoje que, após as eleições legislativas de domingo, está disponível para dialogar com todos os partidos com assento parlamentar, à exceção do Chega, para garantir uma boa solução governativa para o futuro.
Em entrevista à Rádio Renascença, António Costa referiu que a geringonça não é hoje a única solução e defendeu que, após conhecidos os resultados das legislativas de domingo, os partidos se reúnam para encontrar a melhor solução governativa.
“A seguir às eleições todos vamos ter que falar com todos”, disse.
Respondendo ao convite que Catarina Martins lhe endereçou no domingo para um encontro no dia seguinte às eleições, Costa esclareceu: “Nunca recusei qualquer conversa com o Bloco de Esquerda, só tenho mesmo pena que o BE tivesse impedido que as conversas sobre o Orçamento do Estado para 2022 tivessem continuado para além da generalidade e tivessem prosseguido na fase da especialidade”.
E adiantou que nunca teve as portas fechadas ao Bloco de Esquerda, com quem negociou temas importantes, como a reforma do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) ou a lei do clima.