O candidato do Bloco de Esquerda à Câmara de Guimarães, Luís Lisboa, quer “aproveitar” os fundos comunitários provenientes do Plano de Recuperação e Resiliência para criar mais residências universitárias em Guimarães, de forma a fixar os jovens recém-licenciados no concelho, foi hoje divulgado.
A candidatura do partido reuniu com a Associação Académica da Universidade do Minho, “para se inteirar dos problemas dos estudantes, da academia e da sua relação com o concelho” e, para além da questão do alojamento, abordou ainda a temática da mobilidade urbana.
Citado em comunicado enviado a O MINHO, Luís Lisboa afirma que a academia minhota “sofre com o flagelo especulativo que o mercado imobiliário impõe ao concelho”. Considera ser ainda mais grave pelo facto da última residência universitária no concelho ter sido “construída em 1998”.
“Na altura o campus de Azurém tinha menos 5.000 estudantes do que agora. Por isso, o Bloco de Esquerda considera urgente a execução dos projetos para o Convento Rosa Lima e a Antiga Escola de Santa Luzia, já integrados no Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado”, refere o candidato.
Lisboa considera que Guimarães não pode “perder a oportunidade de aproveitar as verbas do PRR”, no entanto, afirma saber que “houve já o compromisso de apoio por parte da autarquia, sendo também necessário desbloquear as verbas já prometidas pelo Governo central, incluindo no Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES)”.
“Resolver este problema é apenas uma questão de vontade política, não podemos permitir que os jovens universitários abandonem o ensino superior por não lhes ser garantido as melhores condições, nomeadamente de habitação”, afirmou o candidato à Câmara.
No que diz respeito à mobilidade, Lisboa identificou “vários problemas estruturais (…) com influência concreta para a academia como o excesso de trânsito e a ausência de ligação direta capaz de responder às necessidades do jovens que fazem a viagem de comboio e precisam de fazer o percurso da estação de caminhos de ferro até à universidade”.
Foi ainda debatida a “incapacidade de fixar os jovens universitários”, com o candidato a afirmar que muitos jovens formados em Guimarães “vão quase todos trabalhar para os concelhos vizinhos”.
“Precisamos de fixar os jovens recém formados com políticas que promovam o emprego qualificado e digno. Desta forma estaremos não só a contribuir para que Guimarães se torne uma cidade de conhecimento, como também a combater a perda de população”, concluiu.