O Bloco de Esquerda (BE) questionou o Governo sobre “o potencial abate de cães assilvestrados” em Ponte de Lima. A Câmara garante que “é mentira” que tal esteja a ser equacionado.
Na pergunta colocada ao Ministério do Ambiente, os bloquistas explicam que “há quatro anos na zona da Ribeira em Ponte de Lima foi abandonada uma cadela e um cão. Apesar de várias tentativas iniciais, a cadela não se deixou capturar para esterilizar e foi tendo várias ninhadas. Algumas das crias foram recuperadas e dadas para adoção, mas outras ficaram no local em estado assilvestrado”.
De acordo com o BE, “o canil municipal, a veterinária municipal e a Junta de Freguesia foram interpeladas para providenciar uma solução para a situação, mas nada fizeram”. Porém, acrescenta o partido, “um grupo de voluntários conseguiram capturar todas as fêmeas e esterilizá-las, com a ajuda da Alaar – Associação Limiana dos Amigos dos Animais de Rua”.
Assim, “ficaram assim cinco fêmeas e dois machos assilvestrados a viver nesse local e uma voluntária alimenta diariamente os animais e procede à sua desparasitação interna e externa”.
“De acordo com relatos, ao longo destes quatro anos, os animais viveram em liberdade sem ter ocorrido qualquer risco para a segurança e saúde pública. No entanto a situação mudou recentemente, havendo relato de perseguição e tentativas de agressão e até mesmo de atropelamento dos animais. Neste contexto, houve um ataque por parte de um dos animais”, refere o comunicado.
Na sequência desse ataque, o BE afirma que “está a ser procedida à tentativa da matilha para posterior abate”.
“O estado de assilvestrados tem obviamente limitações e condições próprias. No entanto e até de acordo com a legislação em vigor, deve ser procurada uma alternativa ao abate”, defende o partido.
Daí que o BE pergunte ao Governo se “tem conhecimento da situação, se confirma a intenção de abate dos animais e que medidas vai tomar para garantir a proteção animal neste caso, criando uma solução alternativa para manter a vidados animais e assegurar a segurança e saúde pública”.
Câmara acompanha o caso
Contactada por O MINHO, a Câmara garante que “é mentira” que esteja a ser planeado o abate dos cães e que “repudia qualquer medida desse género”. “O município tem como prioridade a salvaguarda e o bem-estar animal, tendo feito um esforço enorme e um investimento significativo em iniciativas de adoção e esterilização”, refere a fonte autárquica, dando como o exemplo o projeto “Aqui Há Gato / Cão”, o qual incentiva e apoia financeiramente a adoção de animais errantes (cães e gatos) sinalizados no concelho.
“Esta iniciativa pretende o controlo da população de canídeos e felídeos assilvestrados, bem como a gestão de colónias, através da aplicação do programa CED (captura, esterilização, devolução), da adoção, esterilização e castração”, pode ler-se na descrição do projeto no site da Câmara.
A fonte autárquica acrescenta que a veterinária municipal está a acompanhar o caso, mas que a situação só foi reportada recentemente à Câmara depois de os problemas – com o comportamento mais agressivo dos animais – terem surgido.