BE diz que PS “deixou de ter vergonha” de maioria absoluta, após ‘chumbo’ de audição a Pizarro

Política
Catarina Martins. Foto: DR / Arquivo

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, considerou hoje que o PS “deixou de ter vergonha de ser maioria absoluta”, após o ‘chumbo’ de um requerimento apresentado pelo seu partido para audição do ministro da Saúde.

“A prática era viabilizar a audição de ministros, mas mudou. O PS aceitou o pedido de António Costa e deixou de ter vergonha de ser maioria absoluta. Hoje foi na Saúde. Esta sessão legislativa, Marta Temido veio ao parlamento sobre as urgências de obstetrícia. Pizarro não virá”, lê-se numa publicação de Catarina Martins na rede social Twitter.

A mensagem da coordenadora bloquista surge depois de o PS ter hoje ‘chumbado’, na comissão parlamentar de Saúde, um requerimento apresentado pelo Bloco de Esquerda para audição do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, sobre o encerramento de maternidades e urgências.

Segundo o requerimento apresentado pelo BE na semana passada, o objetivo da audição era que Manuel Pizarro esclarecesse se o Governo vai avançar com a concentração e encerramento de maternidades e urgências de obstetrícia.

Os deputados bloquistas apontavam que a comissão de acompanhamento criada em junho pelo Governo face aos sucessivos encerramentos temporários de serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia em vários pontos do país propôs “a concentração de respostas na área da obstetrícia e ginecologia, o que representará o encerramento de alguns serviços em vários hospitais do país”.

O Bloco considerava que “é fundamental que a Assembleia da República ouça o ministro da Saúde sobre este assunto porque é urgente que o Governo esclareça se concorda com as propostas de concentração e encerramento de serviços, se vai avançar com estas medidas e quais os serviços e populações que serão prejudicados com tal medida”.

No documento, os bloquistas referiam que “já no verão de 2019 se colocou a possibilidade de encerramento faseado de urgências obstétricas na região de Lisboa e Vale do Tejo” e, na altura, “o problema era, mais uma vez, a falta de profissionais para garantir todas as escalas de funcionamento destes serviços”.

“Passaram três anos e o Governo nada fez, mantendo-se assim a possibilidade de encerramento de serviços do SNS, agora de forma ainda mais generalizada e dramática porque pode estender-se a todo o país”, alertam.

Um requerimento do PAN para audição do ministro da Saúde e da direção da Associação Portuguesa dos Técnicos Auxiliares de Saúde sobre o processo de criação da carreira de técnico auxiliar de saúde não chegou a ser discutido na reunião de hoje da comissão de Saúde, por questões de agenda, segundo fonte do partido contactada pela Lusa.

 
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