BE diz que Alto Minho vive situação “preocupante”: Numa semana foram anunciados despedimentos de 600 trabalhadores

Multinacional espanhola anunciou ontem despedimento de 250 funcionários em Valença
Foto: Google Maps

O Bloco de Esquerda (BE) questionou hoje a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social para saber se está a par do risco de despedimento de 250 trabalhadores da fábrica do grupo espanhol Cablerías, em Valença.

O BE diz estar “solidário com estes trabalhadores e trabalhadoras e considera preocupante a situação que se está a viver no Alto Minho”.

“Numa semana são duas empresas que anunciam o seu encerramento. Mais de 600 trabalhadores e trabalhadoras estão em risco de perder os seus empregos”, destaca, referindo-se ao fim da Coindu em Arcos de Valdevez.

Numa pergunta dirigida à ministra Social, a propósito do anúncio, hoje, da insolvência da multinacional, o deputado José Soeiro quer ainda saber qual o acompanhamento do Governo e se já foi comunicado à Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho algum despedimento coletivo por parte do grupo Cablerías, na fábrica de Valença.

Face à “importância desta empresa para o Alto Minho”, o BE quer ainda ser esclarecido sobre as “medidas disponíveis com vista a criar condições para assegurar os postos de trabalho” e se o grupo espanhol beneficiou de apoios públicos”. Em caso afirmativo, o BE quer saber quais e qual o montante.

O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) revelou ontem que o grupo espanhol Cablerías, de componentes para o setor automóvel entrou em insolvência e, manifestou-se preocupado com os 250 postos de trabalho diretos na fábrica de Valença.

O sindicato adianta “a maioria dos trabalhadores temporários já foram dispensados”.

“A empresa fez saber que a situação que vive atualmente não passa pela falta de trabalho, mas sim pela dificuldade de se financiar e em encontrar investidores com essa capacidade e vontade (…). Este será um aspeto importante num eventual processo de recuperação de empresa. O SIMA já apelou às entidades competentes para que tenham esta situação em consideração e, que não se limitem a optar pela via mais fácil”, refere o sindicato.

A agência Lusa contactou o grupo espanhol, fundado em 1963 e com sede em Vigo, mas ainda não obteve resposta.

A multinacional espanhola dedica-se à produção de sistemas de distribuição elétricos e eletrónicos, para a indústria automóvel e opera em Portugal, desde 2009 e, desde 2018, em Marrocos.

“O Bloco de Esquerda teve conhecimento que a empresa entrou em processo de insolvência, já foi nomeado um administrador, e prepara-se para o encerramento da fábrica de Valença e consequente despedimento dos cerca de 250 trabalhadores diretos, sendo que a maioria dos trabalhadores temporários já foram dispensados. Segundo informações, a empresa continua com pedidos de encomendas, mas não tem capacidade de financiamento”, refere a pergunta enviada ao Governo.

 
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