BE defende que ministra “tem que dar explicações ao país” sobre fuga de Vale de Judeus

Mariana Mortágua alerta para “violações dos direitos humanos nas prisões portuguesas”
Be defende que ministra “tem que dar explicações ao país” sobre fuga de vale de judeus
Foto: Lusa

A coordenadora do BE defendeu hoje que a ministra da Justiça “tem que dar explicações” sobre a fuga de cinco reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus e alertou para “violações dos direitos humanos nas prisões portuguesas”.

“É óbvio que perante uma fuga desta dimensão e com este perigo envolvido e com este risco envolvido, seria muito importante que o Governo pudesse falar e que a Ministra da Justiça pudesse falar sobre esta matéria. E o seu silêncio nunca é bem recebido nem nunca é entendido da melhor forma”, considerou Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas, em Lisboa.

Para a coordenadora do BE, “a responsável máxima pelas prisões é a ministra da Justiça e, portanto, tem que falar e tem que dar explicações ao país” sobre a fuga de cinco reclusos no sábado do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, distrito de Lisboa.

Mortágua afirmou que em qualquer país, Governo ou sistema de justiça e prisional “é sempre possível haver uma falha do sistema ou uma fuga a esse sistema” e defendeu que é necessário “apurar se houve uma falha de segurança ou não, e os responsáveis por essa falha de segurança”.

“Mas há uma coisa que também sabemos, é que a situação nas prisões portuguesas é preocupante e é lamentável. (…) Portugal é acusado em vários relatórios internacionais de não cumprir e de violar direitos humanos nas situações que mantém e na falta de condições que tem nas prisões”, alertou.

Para a coordenadora do BE, existe falta de investimento “em segurança, nos serviços prisionais, mas também nas condições que a população prisional tem e com as quais é obrigada a viver em Portugal”.

“É um conjunto, é um todo e vamos aproveitar – às vezes é preciso aproveitar os piores desastres – para podermos discutir as coisas de uma forma séria. Não acho que seja motivo para populismos desgarrados, acho que é uma matéria séria e que deve ser discutida com toda seriedade”, defendeu.

Na véspera de novas reuniões entre o Governo e os partidos na Assembleia da República, e na qual a coordenadora do BE vai estar presente, Mariana Mortágua pediu ao executivo minoritário PSD/CDS-PP “mais informação” e “clareza” sobre a proposta em relação à qual os bloquistas já garantiram que vão votar contra.

“Recordo que o plano de estabilidade já era do anterior governo, o quadro plurianual de despesa tem despesa não consolidada, o que quer dizer que tem uma leitura que não pode ser feita nem transportada para o orçamento. O saldo orçamental não foi divulgado e era importante haver clareza nestes números também”, defendeu.

Mariana Mortágua espera que o Governo divulgue o cenário macroeconómico “e um cenário orçamental para as administrações públicas” em breve.

Quanto à possibilidade de eleições legislativas antecipadas caso a proposta para o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) seja chumbada, Mariana Mortágua voltou a dizer que essa é uma decisão que cabe ao Presidente da República.

“O Presidente da República tomou uma decisão há uns anos de fazer equivaler o chumbo de um orçamento a novas eleições. Essa foi a doutrina criada pelo Presidente da República. Mas esta é uma decisão que cabe, em última instância, ao Presidente da República”, afirmou.

 
Total
0
Shares
Artigo Anterior
Quantidade de pilhas e baterias enviadas para reciclagem aumentou oito vezes este ano

Quantidade de pilhas e baterias enviadas para reciclagem aumentou oito vezes este ano

Próximo Artigo
Autoridades vão 'apertar' fiscalização ao uso do cinto de segurança em vila verde

Autoridades vão 'apertar' fiscalização ao uso do cinto de segurança em Vila Verde

Artigos Relacionados