O líder parlamentar do BE considerou hoje que neste 05 de Outubro faltou uma mensagem do Presidente da República e também do primeiro-ministro sobre o empobrecimento em Portugal devido à inflação.
Em declarações aos jornalistas, na Praça do Município, em Lisboa, no fim da cerimónia comemorativa da Implantação da República, Pedro Filipe Soares qualificou a intervenção do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, como “algo resignada”.
“Se a democracia não é um dado adquirido para todo o sempre, ela tem de ser trabalhada quotidianamente, e um dos aspetos que nós tivemos no passado e que ameaça o presente é o descontentamento pela quebra da qualidade de vida, o empobrecimento”, disse o deputado e dirigente do BE.
Pedro Filipe Soares acrescentou que o empobrecimento em Portugal “é real, como a inflação, que está galopante”, e acusou o Governo chefiado por António Costa de não lhe dar resposta “no poder de compra, na salvaguarda da vida das pessoas e na garantia de direitos fundamentais: a alimentação, a habitação”.
“Desse ponto de vista, não tivemos nenhuma mensagem nem do senhor Presidente da República nem, já agora, do senhor primeiro-ministro na reação que teve depois”, considerou.
Na sua intervenção, o Presidente da República recuou ao Portugal de há cem anos, também a sofrer os efeitos de uma pandemia e da guerra, para alertar para o perigo das ditaduras e pedir avanços na democracia, onde considerou que “existe caminho para todos”.
Na reação a esse discurso, o primeiro-ministro recordou medidas já adotadas, afirmou que o Governo está “bem atento ao que acontece no país, ao que acontece no mundo”, e preocupado em, “tendo em conta a conjuntura, adotar um conjunto de políticas que reforcem a confiança”.
Segundo o líder parlamentar do BE, António Costa limita-se a “dizer que está tudo bem, que o Governo vai continuar a fazer o que tem feito” e o Governo “vai falhar aparentemente na apresentação do Orçamento do Estado” se ficar pelas “pequenas migalhas” já anunciadas.
Pedro Filipe Soares alegou que os socialistas não têm “nenhumas soluções para a crise da habitação, para o galope das taxas de juro”, estão a governar de “forma autoritária e arrogante de governar” e a “resignar-se perante o empobrecimento do país”.