O Bloco de Esquerda (BE) escolheu o arquiteto e professor do ensino superior Jorge Teixeira como candidato à Câmara de Viana do Castelo nas eleições autárquicas deste ano, para tentar eleger o primeiro vereador naquele executivo municipal.
“O Bloco de Esquerda tem a expectativa firme de eleger, pela primeira vez, para a Câmara Municipal. O número de vereadores que vamos eleger, não sabemos. Achamos que a conjuntura nos é favorável e, portanto, temos a razoável expectativa de poder eleger, pelo menos um vereador para a Câmara”, afirmou Jorge Teixeira.
Contactado pela agência Lusa, na sequência de um comunicado da Distrital do Bloco de Esquerda de Viana do Castelo, Jorge Teixeira, de 56 anos, atual deputado na Assembleia Municipal, explicou que a mudança da liderança municipal aliada às novas candidaturas já formalizadas, num espetro político que envolve o PS e o PSD, aumenta a possibilidade de existir maior fracionamento dos votos”.
“Isso normalmente beneficia os partidos mais pequenos. Também vai havendo alguma insatisfação relativamente ao atual executivo camarário, muito motivada pela constituição da empresa Águas do Alto Minho (AdAM), entre outras questões. Também por aí fomos representando alguma alternativa a esse estado de coisas. Isso pode ajudar no processo autárquico que vamos enfrentar”, adiantou Jorge Teixeira.
A AdAM é detida em 51% pela Águas de Portugal (AdP) e em 49% pelos municípios de Arcos de Valdevez (PSD), Caminha (PS), Paredes de Coura (PS), Ponte de Lima (CDS-PP), Valença (PSD), Viana do Castelo (PS) e Vila Nova de Cerveira (Movimento independente PenCe – Pensar Cerveira), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.
Três concelhos do distrito – Ponte da Barca (PSD), Monção (PSD) e Melgaço (PS) – reprovaram a constituição daquela parceria.
A constituição da empresa tem sido contestada por vários partidos e pela população, que se queixam do aumento “exponencial” das tarifas e do “mau” funcionamento dos serviços.
O candidato do BE, professor do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), encabeça, pela segunda vez, uma lista do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara de Viana do Castelo.
A primeira vez foi em 2009. Em 2013, o partido decidiu não apresentar qualquer lista às eleições por discordar da decisão dos órgãos nacionais de chumbar uma coligação autárquica com o PS no concelho de Caminha.
Em 2017, Luís Louro foi o candidato à Câmara e Jorge Teixeira à Assembleia Municipal, sendo que em 2015 e 2019 foi cabeça de lista às legislativas.
Na nota hoje enviada à Lusa, a Distrital do Bloco de Esquerda de Viana do Castelo adiantou que “no desempenho da sua atividade de deputado do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal de Viana do Castelo, Jorge Teixeira, tem tido diversas intervenções sobre o urbanismo, nomeadamente na apreciação das diversas alterações que têm sido propostas pela Câmara aos Planos de Pormenor já existentes, fazendo ainda parte da Comissão de Urbanismo daquela Assembleia Municipal”.
“Tem também alertado para o facilitismo existente nas aprovações de isenções de impostos, nomeadamente IMI e IMT, devido à falta de controle da manutenção dos pressupostos que fundamentam essas isenções, o que originou que a Câmara tivesse, em final de mandato, apresentado um regulamento com a finalidade de criar regras para a analise dos pedidos de isenção de impostos”, sustenta o partido.
Além de Jorge Teixeira, que exerceu ainda funções no Sindicato dos Professores do Norte bem como na Ordem dos Arquitetos, o advogado Luís Louro é o candidato à Assembleia Municipal.
Em declarações à agência Lusa, Luís Louro, que é também o coordenador distrital do partido, adiantou que nestas eleições autárquicas o Bloco de Esquerda vai concorrer “nas freguesias mais populosas do concelho, como Carreço, Afife, União de Freguesias de Biana do Castelo (Monserrate, Santa Maria Maior e Meadela) e, “possivelmente”, e, Darque, na margem esquerda do rio Lima.
“Estas listas são muito importantes. Um dos nossos problemas em atos eleitorais anteriores era não termos listas nas freguesias e parece que não mas tem importância. Dá outra força à candidatura. Faz-nos querer que haverá uma maior fidelização dos votos para a Câmara e Assembleia Municipal”, explicou Luís Louro, militante do BE de Viana do Castelo, desde a fundação do partido, em 1999.
Nas autárquicas de 2017, o PS conquistou 53,68% dos votos e garantiu seis mandatos. O PSD atingiu os 21,25% e dois mandatos e a CDU alcançou 8,11%, ficando apenas com um único lugar no executivo municipal.
De acordo com a lei, as eleições autárquicas decorrem entre setembro e outubro, mas a data ainda não está marcada.