O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda entregou na Assembleia da República um projeto de resolução que “recomenda a ação do Governo para garantir a continuação da laboração na antiga Trumph e no Grupo Ricon”.
Em nota a propósito, o partido salienta que o mês de janeiro de 2018 ficou marcado por grandes despedimentos no setor do têxtil e vestuário. Para o Bloco de Esquerda, “foi precisamente em vésperas do setor revelar recordes nas exportações que se deu a queda da antiga Triumph e do grupo Ricon, o que revela que muito está por explicar nesta história de inevitabilidades”.
O BE recorda que o grupo Têxtil Ricon, com fábricas em Ribeirão e em Fradelos, em Vila Nova de Famalicão, está em processo de insolvência. Trata-se de um dos maiores grupos têxteis portugueses, com cerca de 800 trabalhadores, proprietário das lojas Gant em Portugal e de várias fábricas e empresas como a Nevag, a Fielcon, a Delos, a Delcon, a Ricon e a Ricon Serviços. De acordo com a Administração, teria havido uma quebra de encomendas e a exigência de pagamento da totalidade da dívida vencida proveniente dos fornecimentos ao setor do retalho, situação que terá conduzido ao estrangulamento da tesouraria e à consequente incapacidade para cumprir as obrigações com os credores, nomeadamente com o setor financeiro.
O Bloco de Esquerda sublinha que “nunca houve problemas ao nível das encomendas, o que aliás foi corroborado pelas trabalhadoras, e que este processo é o culminar de uma série de investimentos de risco mal sucedidos (numa rede de lojas Porsche ou no negócio da aviação), através dos quais o proprietário, Pedro Silva, foi descapitalizando o grupo, em favor de negócios que indiciam uma gestão danosa”.