Declarações após o Vitória SC – Arouca (1-3), jogo da 23.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães:
Pepa (treinador do Vitória SC): “A reação é dar uma volta. Batemos no fundo. Estamos a viver um pesadelo e temos de sair dele, com trabalho e humildade. Parabéns ao Arouca, mas jogámos contra nós próprios, com bola e sem bola. O que aconteceu foi mau de mais para ser verdade. Batemos no fundo. Não nos podemos esconder. Temos de ser muito fortes para lidar com este mau momento. Temos de dar a volta a isto.
Faltou-nos tudo. Basta ver como fizemos o golo do empate. Fomos muito ingénuos. A capacidade de sermos objetivos, verticais e aguerridos no jogo todo ‘esfumou-se’ com bola e sem bola. Basta ver a quantidade de bolas fáceis que perdemos. É preciso ter estofo par lidar com esses momentos. O Arouca foi melhor do que nós no jogo todo. Temos de olhar para nós.
Temos de olhar para nós, temos de ser iguais a nós próprios. Os jogadores do Vitória são melhores do que isto. A bola pode ‘queimar’ num momento ou outro, mas temos de saber lidar com esta agressividade. O que aconteceu é penoso.
Houve jogos que não ganhámos [no início da época], mas a equipa estava muito mais confortável. Nessa altura, queríamos mais. Nesta curva descendente, parece que se perde tudo. Tudo acontece. Falta o estofo que temos de dar. Já jogámos muito mais do que agora. Temos de ter esse estofo, esse caráter para dar a volta.
Há situações gravíssimas na vida. Há pessoas sem emprego e sem saúde. Nós fazemos o que gostamos e estamos num clube fantástico. Temos de ter a paixão pelo jogo, que não tivemos dentro de campo. Temos de ter alma, temos de ter paixão. A vida é dura, mas não é no futebol. Todos queremos ganhar. Temos de fazer muito melhor. Não se pode ‘baixar’ os ombros após ouvir alguns assobios. Os adeptos assobiaram e com razão. Isto não foi nada”.
Armando Evangelista (treinador do Arouca): “Não tem segredo. Acima de tudo, fomos uma equipa que não tivemos medo de perder. Quando não temos medo de perder, estamos mais próximos de ganhar. A equipa soube aproveitar os espaços, soube-os criar. Demonstrou tranquilidade, soube atrair para a primeira fase de construção os adversários, para ganhar espaço mais à frente. Dessa forma, chegámos às zonas de finalização. Estivemos muito bem na reação à perda. Conseguimos levar o Vitória para o desconforto. Era a isso que nos propúnhamos.
As vitórias são importantes. Todos os pontos são importantes. Sabemos das dificuldades que temos pela frente nesta I Liga. Todas as vitórias moralizam. Isso dá-nos a oportunidade de subirmos na classificação.
O Vitória é um ‘grande’. Tem uma massa adepta apaixonada. É um clube que me diz muito. Entrei aqui muito jovem. Quem passa aqui tantos anos neste clube sabe a exigência que estes adeptos colocam na equipa. Não estão satisfeitos, mas acredito que o Vitória tem capacidade para dar a volta. Tem alguém muito competente à frente da equipa e jogadores muito competentes. Desejo o melhor para o Vitória daqui para a frente”.