O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, considerou hoje que se forem dadas as “condições adequadas” ao diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) este poderá “acrescentar melhorias” ao que existe.
Miguel Guimarães destacou que o médico Fernando Araújo, anunciado hoje pelo ministro da Saúde como o escolhido para ser o primeiro diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde, “tem experiência na área da Saúde, conhece bem o SNS”.
“Se lhe derem condições adequadas para poder exercer esta função, que é complexa, poderá acrescentar melhorias ao que neste momento existe”, considerou.
O bastonário, que visitou hoje o Centro de Saúde da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, nos Açores, defendeu que o Governo não deve “restringir a atividade do ministro da Saúde e do diretor-executivo do SNS àquilo que foi o seu programa de Governo”, que “também têm que ser adaptados àquilo que os políticos perseguem, que é o interesse dos cidadãos”.
Miguel Guimarães disse que “é importante que o Governo, de uma vez por todas comece a fazer as reformas estruturais que são necessárias para melhorar aquilo que é o acesso aos cuidados de saúde”, a par da “qualidade e segurança clínica naquilo que é o exercício da profissão, dos vários profissionais de saúde e em especial dos médicos”.
O bastonário destacou ainda que “é fundamental rever a carreira médica”, o que deve acontecer o mais rapidamente possível”, porque, “caso contrário, vai-se ter um problema grave porque há muitos médicos a deixar o SNS, crescendo cada vez mais os que estão fora do SNS, que já ultrapassaram os 50% dos profissionais registados em Portugal”.
A Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde, que irá coordenar a resposta nas unidades de saúde públicas, será composta por cinco órgãos e terá estatuto de instituto público de regime especial para garantir autonomia para emitir regulamentos e orientações.
A direção executiva do SNS, que entra em funções a 01 de outubro, vai coordenar toda a resposta assistencial do SNS, assegurando o seu funcionamento em rede, e passa a gerir também a rede nacional de cuidados continuados integrados e da rede de cuidados paliativos, até agora da responsabilidade das administrações regionais de saúde.
A Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde vai estar sediada no Porto, anunciou hoje o ministro da Saúde, indicando que a proposta apresentada pelo novo diretor executivo, Fernando Araújo, está em linha com “a intenção descentralizadora do Governo”.