Declarações na conferência de imprensa, após o jogo Vitória SC – Benfica (0-3), da 30.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado hoje no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães:
– Luís Freire (treinador do Vitória SC): “Podíamos ter feito o 1-0, pelo [Telmo] Arcanjo. Tivemos uma primeira parte com muita personalidade, a jogar com paciência, frente à pressão alta do Benfica. O Benfica também chegou à nossa área. Foi um jogo equilibrado, mas chegámos várias vezes à área do Benfica.
Temos situações de bola parada muito perigosas. O Benfica marcou golo numa pressão que fizemos bem, mas faltou agressividade. Deixámos o Benfica sair para o ataque. Fez o golo com mérito, embora tenha sido injusto. Podíamos ter feito o 1-1. Não fomos eficazes.
Na segunda parte, tentámos ter mais bola. Tivemos mais uma grande oportunidade para fazer o empate, pelo Gustavo [Silva] e pelo Nuno Santos. A vitória do Benfica não está em causa, porque marcaram os golos. Tivemos o dobro dos remates e o Trubin faz uma exibição ‘monstruosa’. Nas poucas vezes que vão à frente, ‘matam’ o jogo com qualidade.
Poderíamos ter entrado no jogo com o remate do Chucho para mais uma defesa do Trubin e sofremos o 3-0. Não estou nada satisfeito com o resultado, mas mostrámos bons indicadores a nível de produção. Bastaria termos marcado um golo e o jogo seria diferente. Houve mérito do guarda-redes do Benfica, mas não trocava os meus jogadores por nenhum.
É claro [que o resultado foi pesado], mas isso vale o que vale. Cometemos alguns erros que o Benfica aproveitou. Não é qualquer equipa que faz 17 remates ao Benfica e permite oito. No final, o Benfica aproveitou-se de algum cansaço. O Nélson e o Gustavo saíram por queixas físicas. Temos uma equipa no limite e é preciso recuperá-la. Estamos no limite.
Esta equipa não perdia há 10 jogos. Queremos melhorar. Fomos ao Dragão a oito pontos do Santa Clara e agora estamos um à frente. Se produzirmos tanto como produzimos hoje, a bola vai ter de entrar. Se tivermos ‘muita alma’ para o próximo jogo, estamos mais perto de ganhar”.
– Bruno Lage (treinador do Benfica): “Quando se marca três golos, sinto que somos uns justos vencedores. Há que realçar todo o trajeto que o Vitória tem vindo a fazer, o que valoriza a nossa vitória. Não entrámos bem no jogo, no nosso momento com bola. Na pressão, estivemos dentro do jogo, mas não tivemos capacidade de manter a bola e ter posses de bola mais prolongadas. Quando isso aconteceu, marcámos.
Depois, entrámos no jogo, e há oportunidades do nosso lado e do Vitória. Na segunda parte, reposicionámos algumas ‘peças’ e jogámos melhor. O Andreas [Schjelderup] rematou para defesa do Bruno Varela antes de marcarmos. O Trubin também fez intervenções muito boas e foi muito importante. Somos uns justos vencedores, num jogo difícil, num campo difícil, contra uma grande equipa, com um registo muito bom.
Quero que a equipa encontre a consistência que tem. Em termos de campeonato nacional, temos um empate. São mais três pontos para juntar à nossa pontuação. Temos dois desafios para preparar, com o Tirsense, para a Taça de Portugal, pois queremos estar muito no Jamor [na final], e com o AVS.
[Pavlidis] Os golos [marcados para o campeonato] não vêm dos três golos que marcou ao Barcelona [na derrota por 5-4 para a fase de liga da Liga dos Campeões, em 21 de janeiro], mas de todo o trabalho que tem vindo a fazer. Em setembro, outubro e novembro, não marcou tantos golos, mas pelo que ele treinava, disse-lhe que era uma questão de ter oportunidade. Falávamos no termo do ‘ketchup’. É um jogador com enorme caráter. É a simplicidade em pessoa. Merece isto, porque trabalhou muito para viver isto. Há imensa gente dedicada, que merece mais minutos para jogar”.