A Comissão Política do Bloco de Esquerda (BE) Barcelos saudou esta segunda-feira a inauguração do BarcelosBus, serviço de transporte urbano da cidade, que decorreu durante a tarde, sugerindo, no entanto, que a mesma chega com atraso.
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“Lembramos que esta pretensão está inscrita nos nossos programas eleitorais desde 2001, aquando da primeira candidatura do BE em Barcelos”, ressalva, acrescentando que “a existência de transportes coletivos no perímetro urbano da nossa cidade é uma necessidade premente há décadas. O que hoje, pomposamente, foi apresentado peca por tardio e as sucessivas governações autárquicas devem ser responsabilizadas por esta incúria para com os barcelenses”.
Em relação às duas linhas criadas, o BE Barcelos considera que o seu alcance não é suficiente.
“As linhas criadas (vermelha e amarela numa percurso total de 23 Km) para a prestação deste serviço são demasiado redutoras abrangendo uma curta extensão de área de superfície e uma reduzida dimensão populacional”, defende. E pede mais: “Admitindo que este é um processo experimental, impõe-se que num curto período de tempo se faça uma avaliação à adesão dos utentes e se projete, no imediato, novas linhas com novas áreas de cobertura, lançando as bases para uma futura empresa municipal de transportes coletivos”.
Num contexto mais alargado, os bloquistas apontam outras medidas a ter em conta no âmbito da construção de uma cidade inteligente.
“Por outro lado, numa perspetiva de sustentação ambiental e de ordenação do território ao jeito de Smart City , é imperioso que se comecem a desenhar corredores verdes, ciclovias, parque urbano, cursos de água despoluídos e fruição fluvial, ligando os componentes de infraestrutura e de serviços de uma forma inteligente e eficiente”, acrescentam.
“As cidades são pessoas e como tal têm como preceito melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes”, remata o Bloco.
PSD “não compreende (…) mini-autocarro minimalista”
Já esta terça-feira, o Partido Social Democrata (PSD) de Barcelos congratulou-se com a chegada do transporte urbano à cidade.
“A criação dos transportes públicos urbanos representa um velho anseio dos barcelenses, o qual foi sendo adiado e Barcelos era a última cidade do Quadrilátero Urbano (Barcelos, Braga, Guimarães e Famalicão) que não possuia o serviço”, afirma o PSD.
Num comunicado assinado pelo presidente da concelhia, José Novais, que é também vereador na autarquia, é ainda apresentado um reparo: “Tratando-se de um serviço de raiz, [este] deveria ser amigo do ambiente, atendendo a que os mini-autocarros, com 31 lugares, são movidos a gasóleo”, pode ler-se, aludindo ao contrato de desenvolvimento do “Programa Laboratórios Vivos para a Descarbonização”, assinado pelo município barcelense e que pressupõe que a cidade deveria “afirmar-se como espaço de baixo carbono”, “fomentando a demonstração de soluções tecnológicas integradas”.
Sobre o itinerário, os sociais-democratas defendem que o mesmo deveria ser mais abrangente, incluindo “uma paragem e interligação com a Central Rodoviária, passar no Centro de Saúde de Barcelos e compatibilizar com as escolas, nomeadamente”.
BarcelosBUS arrancou esta terça-feira
O serviço experimental de transportes urbanos de Barcelos entrou em funcionamento esta terça-feira, com dois itinerários “económicos” servindo os principais aglomerados populacionais e estabelecendo ligação com os principais equipamentos da cidade.
O serviço pode ser experimentado gratuitamente até ao final do mês.
A linha amarela, com cerca de 10 quilómetros, ligará Vila Frescainha de S. Pedro a Arcozelo, passando pelo acesso pedonal do Instituto Politécnico do Cávado e Ave e pela Estação dos Caminhos-de-ferro.
A linha vermelha, com cerca de 13 quilómetros, vai ligar o Estádio Cidade de Barcelos à freguesia de Rio Covo Santa Eugénia e à EB 2,3 Rosa Ramalho, em Barcelinhos, passando, ainda, pelas principais escolas.
Os bilhetes simples custarão um euro e o passe mensal 20 euros, sendo que haverá desconto de 50 por cento nos passes para pessoas com mobilidade reduzida, estudantes, reformados, pessoas com idade igual ou superior a 65 anos e menores de 13 anos.
As crianças até aos quatro anos não pagam.
O serviço foi concessionado à empresa Transdev, no âmbito da gama SIM – Soluções Integradas de Mobilidade, que a empresa tem vindo a implementar em concelhos localizados, sobretudo, no norte do país.
O serviço será assegurado por duas viaturas adaptadas a pessoas com mobilidade reduzida e equipadas com Wi-Fi.
Notícia atualizada às 11h20.