Barcelos: Usavam ‘chocolates’ e ‘camisolas verdes’ como código para canábis mas foram apanhados

Tribunal de Braga vai julgar quatro suspeitos

O Tribunal de Braga vai julgar, em abril, quatro arguidos, três homens e uma mulher, pelo crime de tráfico de droga e outras atividades ilícitas. A acusação do Ministério Público concluiu que, de 2019 a 2022, o grupo, com idades entre os 21 e os 30 anos, se dedicou à venda, na cidade e nos arredores de Barcelos, de canábis em resina e em folha a inúmeros consumidores.

Diz que dois deles – José E. e Bruno R. – utilizavam os telemóveis, através de SMS, para contactar os toxicodependentes ou por intermédio das redes sociais, designadamente Instagram, Facebook, ou Messenger, recorrendo a uma linguagem própria, pois diziam ‘chocolates, cenas, ou camisolas verdes’ quando se referiam a canábis.

A acusação diz que o José E. – que está em prisão preventiva – usava a aplicação ‘notas’ do telemóvel para apontar o nome dos compradores e fazia ‘prints’ das conversas com os consumidores para se lembrar dos valores e quantidades.

Os dois foram vistos pela PSP, por 18 vezes, a vender drogas. Em 04 de setembro de 2021 pelas 02:00 junto a um estabelecimento de restauração em Fragoso, a polícia apanhou a José E. 30 gramas de canábis, uma balança, 40 euros e um telemóvel. E, em casa, tinha 2.160 euros em notas.

O libelo acusatório abrange, ainda, Pedro V. e Ana S., que usavam duas casas, na freguesia de Vila Boa, para comercializar a droga, ou, ainda, junto a uma bomba de combustível. Foram detetados 20 vezes a vender, e a polícia apanhou-lhes em casa quase quatro quilos de canábis, 54.870 euros em dinheiro e dois automóveis.

O julgamento terá 46 testemunhas, entre as quais oito polícias e 38 consumidores.

 
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