Lesaram, em 150 mil euros, sete empresas que vendem ou alugam máquinas e outros equipamentos pagando-lhes com cheques furtados. Três dos quatro arguidos vão ser julgados por sete crimes de burla qualificada e cinco de falsificação e um por recetação.
A acusação diz que o trio, Ricardo da Fonseca Marques, de Esposende, José Fernando Sousa, de Lousada, e José Manuel Macedo Mariz, de Famalicão, atuavam em nome da empresa Plastifex- Sociedade de Importação e Exportação de Materiais Plásticos, Lda. A sede era em Lisboa, mas acabaram, através da empresa TRANSGG- Transporte de Mercadorias Nacionais e Internacionais, que detinham em Esposende, por alugar um terreno, que servia de armazém, em Barqueiros, Barcelos.
Em 2014, tiveram acesso a cadernetas de cheques da Caixa de Crédito Agrícola que tinham sido furtadas de uma viatura. Apesar de a dona ter pedido a sua anulação, os três gizaram um plano para os usar de forma criminosa.
Em outubro de 2014, um deles, intitulando-se “engenheiro Navarro de Abreu”, contactou a Plastinox, de Vale de Cambra, para comprar seis depósitos de armazenamento em plástico, valendo 5.700 euros, e um para “fermentação” que custava 11.258 euros. O material foi entregue em Barqueiros e o transportador levou um cheque falso. A 28 de novembro, a GNR apreendeu o de ‘fermentação’, escondido em Riba de Ave, Famalicão.
Aluguer de máquinas
Dias depois, foram à firma Michaelis & Martins, em Ovar, e alugaram, por dois meses, uma ‘mini-pá-carregadora’ e um equipamento complementar. Por cerca de 3.400 euros. O arguido Paulo Sérgio entregou novo cheque furtado. A fima ainda conseguiu recuperar a máquina mais pequena, escondida na Póvoa de Varzim.
A terceira burla atingia Toyota Caetano, em Oliveira do Douro, Vila Nova de Gaia. O ‘engenheiro’ alugou um empilhador a gás, por 1.070 euros. O vendedor entregou-o em Barcelos e foi-lhe dito que o homem que assinava os cheques não estava. Voltou sem nada receber.
A quarta vítima foi a Transgrua, de Alcochete, a quem alugaram uma mini-retroescavadora e uma plataforma por 2 meses. Máquinas entregues sem receberem o pagamento.
Seguiu-se a Decorfogo, de Cantanhede, a quem compraram seis salamandras, pagando-os com um ‘cheque’ de 11 mil, a Comod- Contentores e Módulos Pré-fabricados, da Póvoa de Varzim, alugando, por seis meses, um módulo de escritório e um contentor marítimo frigorífico que os donos conseguiram reaver, após detetarem que o cheque de 1.728 euros não tinha provisão.
A última firma burlada foi a NortAluga, de Viana do Castelo, com quem contrataram o aluguer de um gerador e de uma escavadora. Esta veio a ser recuperada pela GNR.
O coletivo de juízes julga também o empresário Paulo Sérgio Fernandes, de Barcelos, que lhes comprou uma máquina, mesmo sabendo que era furtada.
Empresas reclamam dinheiro
As várias empresas foram lesadas numa verba superior a 150 mil euros, pelo que pedem a respetiva devolução, com juros à taxa legal.
No processo, o arguido José Manuel Mariz contestou a acusação dizendo que não praticou nenhum dos crimes, que não geria a firma, nem comprou nem vendeu nada. Já Ricardo Marques disse que explicará o assunto no julgamento.