A Câmara de Barcelos vai investir cerca de 1,5 milhões de euros para reforçar “significativamente” a cibersegurança dos seus sistemas, depois um ataque informático ter afetado 3,5 milhões de documentos, sobretudo da área do Urbanismo, foi hoje anunciado.
Em conferência de imprensa, o presidente da Câmara, Mário Constantino, disse que se tratou de um ataque “deliberado e malicioso e muito direcionado” para um setor [Urbanismo], com o “objetivo claro” de destruir e prejudicar o normal funcionamento do mesmo.
Sublinhou que os serviços afetados pelo ataque já foram recuperados e já se encontram “em pleno funcionamento”, com a exceção da plataforma e-Urbanismo, “que efetivamente foi a que registou mais anomalias e que só gradualmente poderá voltar à normalidade”.
“Mas hoje a resposta dos serviços já é perfeitamente normal”, já todos estão a funcionar como antes”, sublinhou.
A Câmara de Barcelos foi alvo, na noite de 02 de outubro de 2022, de um ataque informático, que afetou os cerca de 220 computadores que por essa altura estavam ligados.
O município já reportou a situação ao Centro Nacional de Cibersegurança e às entidades policiais e decidiu, entretanto, reforçar a cibersegurança dos sistemas, num investimento que rondará os 1,5 milhões de euros.
A substituição da plataforma de gestão documental e a implementação de um plano de cibersegurança são algumas das medidas a tomar.
Serão ainda adquiridas soluções biométricas tanto para os serviços online como para os equipamentos dos trabalhadores, ao mesmo tempo que será instalado um novo “datacenter de produção”, que aloje todas as soluções do município.
A este, acrescerá um “datacenter de backup”, para que em caso de algum incidente a atividade da Câmara “possa prosseguir com os seus serviços mais críticos com a menor entropia possível”.
O plano incluiu ainda outros investimentos, como melhorar a ligação dos equipamentos municipais por fibra ótica, disponibilizar acesso à informação e serviços municipais através de aplicações para dispositivos móveis e adquirir equipamento para o centro de digitalização.
Segundo Mário Constantino, a antiguidade dos vários sistemas existentes na Câmara, com as consequentes fragilidades, “pode ter contribuído para a extensão dos danos” causados pelo ataque informático.
“Os serviços da Câmara estavam muito vulneráveis”, admitiu Carlos Eduardo Reis, vereador do Planeamento e Gestão Urbanística.
Disse ainda que não há “evidência” sobre quem é o autor do ataque.