As jornadas sobre Gualdim Pais vão terminar em Amares, município que inicialmente não fazia parte do programa, apesar de ser apontado como o “berço” daquele monge-guerreiro, anunciou hoje fonte da organização.
Nas jornadas, vão ser apresentados e discutidos documentos que apontam para o nascimento de Gualdim Pais em Barcelos.
A vice-presidente da Câmara de Barcelos, Armandina Saleiro, disse à Lusa que a exclusão inicial de Amares “não foi de todo intencional”, até porque, sublinhou, o objetivo das jornadas “não é saber onde nasceu” Gualdim Pais mas sim enaltecer, divulgar e “trazer para a ribalta” aquele “grande herói da região, que teve um papel fundamental na fundação da nacionalidade”.
“Não queremos, obviamente, retirar aquele património [nascimento de Gualdim Pais] a Amares. Queremos é suscitar a discussão, agitar as águas e mostrar que a História é dinâmica”, explicou.
Acrescentou que a exclusão inicial de Amares se deveu a “algumas dificuldades no cumprimento das formalidades protocolares” mas garantiu que “está tudo resolvido” e que será naquele concelho que as jornadas vão encerrar.
As Jornadas Gualdinianas foram apresentadas publicamente na semana passada, na Câmara de Barcelos, numa conferência de imprensa em que foi referido que um dos objetivos é dar a conhecer a “verdadeira origem” de Gualdim Pais, o primeiro grão-mestre da Ordem do Templo português, nomeado por Afonso Henriques.
Na conferência de imprensa, tinha sido divulgado que as jornadas, alusivas aos 900 anos do nascimento de Gualdim Pais, arrancariam a 21 de setembro, em Barcelos, e passariam por Braga, Coimbra e Tomar, terminando a 20 de outubro em Vila Verde.
Hoje, Armandina Saleiro disse que, depois da apresentação pública, outros municípios manifestaram interesse em participar, pelo que foi decidido acrescentar mais duas etapas, uma das quais num concelho da Beira Interior, cujo nome não quis ainda revelar, e a outra, a última, em Amares, em 03 de novembro.
Contactado pela Lusa, o vice-presidente da Câmara de Amares, Isidro Araújo, disse que “não fazia qualquer sentido” que as jornadas deixassem de fora aquele que é “historicamente apontado, há 900 anos” como berço de Gualdim Pais.
“Amares não faz finca-pé no ‘D. Gualdim é nosso’, até aplaudimos as mais-valias que possam ser trazidas para a discussão pública da história, mas pura e simplesmente não entendemos como é que umas jornadas sobre Gualdim Pais podiam esquecer o concelho que durante 900 anos foi apontado como tendo sido o do seu nascimento”, criticou Isidro Araújo.
Ressalvou, no entanto, que há estudos que “provam inequivocamente” que Gualdim Pais nasceu em Amares e que poderão ser divulgados no encerramento das jornadas.