O Juízo de Instrução Criminal de Braga confirmou, na quarta-feira, integralmente a acusação do Ministério Público contra oito arguidos, metade dos quais são de Barcelos, todos acusados no processo da família barbaramente agredida, dentro de casa, na madrugada de 23 de fevereiro, na freguesia de Igreja Nova, em Barcelos, tendo por motivação principal alegadas vinganças.
No mesmo despacho judicial, a juíza de instrução criminal de Braga, Carla Maia, validou igualmente as escutas ambientais a suspeitos, gravadas dentro das próprias instalações da Polícia Judiciária de Braga, meio excecional de obtenção de prova que saiu reforçado com esta decisão judicial, pelo que, à partida, poderá ser utilizado como prova durante o julgamento.
Como no ano de 2020 Ana Maria foi alvo de uma inspeção da ASAE, que lhe apreendeu, a par de artigos contrafeitos, a quantia de 168 mil euros, em numerário, esta convenceu-se que teria sido Paula a autora da denúncia, uma situação que, por sua vez, terá agravado ainda mais o sentimento de feroz concorrência.
Ana Maria terá então a partir daí planeado atacar a sua concorrente para o que contou com a sua própria filha e com um dos seus funcionários mais próximos, que terá passado por contactar uma amiga, residente no Grande Porto, que por sua vez encarregou o seu companheiro do caso.
Segundo as investigações da Polícia Judiciária de Braga, três planearam surpreender Paula, o marido e os filhos do casal, na residência da freguesia de Igreja Nova, e de através do uso de violência física e de terror psicológico, lhes subtraírem bens e valores, para o que previamente fizeram com várias vigilâncias, dentro de um Range Rover.
Na acusação do Ministério Público, refere-se que Ana Maria contactou Graciete M., conhecida da contrafação, e que era companheira de Fábio C., a quem conheciam a autoria de crimes e de roubo com arma de fogo, tendo Fábio aderido ao plano criminoso, para o que o viria já a contactar mais pessoas da sua inteira confiança.
Na madrugada de 23 de fevereiro de 2022, Fábio e outros três homens, de cara tapada e de luvas, com um pé-de-cabra e de armas de fogo, terão saltado o muro da moradia, entrando então na casa.
Ainda segundo apurou a PJ de Braga, dividiram-se então entre os três quartos onde dormia a família. Dois dos arguidos irromperam pelo quarto do casal e, encontrando-o ainda a dormir, imediatamente lhes desferiram murros e bofetadas, sobretudo na cabeça, cara e tronco.
O advogado Álvaro Matos Martins, Barcelos, defensor dos alegados mandatários dos crimes, contactado por O MINHO, não quis prestar declarações sobre esta última decisão judicial, afirmando que será tudo esclarecido, mas dentro da sala de audiências.
